Vendas de hidroxicloroquina duplicam após Trump promover medicamento

Desde março que Donald Trump tem falado do medicamento de forma positiva, mesmo não existindo provas concretas da sua eficácia e com alguns reguladores a alertar para efeitos secundários negativos.

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Anabela Sousa Dantas
22/05/2020 16:18 ‧ 22/05/2020 por Anabela Sousa Dantas

Mundo

Hidroxicloroquina

O presidente norte-americano assumiu na segunda-feira que tem tomado hidroxicloroquina como forma de prevenção contra a Covid-19 e as vendas do medicamento dispararam, diz a CNN. Sublinhe-se, porém, que o medicamento usado na profilaxia da malária não tem ainda efeitos comprovados no tratamento da doença associada ao novo coronavírus.

O facto de não ser aconselhado por nenhum regulador ou autoridade do medicamento não impediu Donald Trump de publicitar o medicamento desde há meses, mesmo que à revelia do seu principal conselheiro para a Saúde, Anthony Fauci. Esta semana, acabou por assumir que o toma e sugerir que os americanos fizessem o mesmo.

A CNN reporta, agora, que as vendas do medicamento aumentaram para o dobro em março deste ano (50 milhões de dólares), comparando com o período homólogo. 

O regulador norte-americano do medicamento (Food and Drug Administration, FDA) mostrou-se contrário ao uso da hidroxicloroquina ou da cloroquina para tratamento ou prevenção da Covid-19, porque "não deram provas de ser seguras ou efetivas para tratar ou prevenir".  A FDA diz estar "ciente de relatos de sérios problemas de ritmo cardíaco em pacientes com Covid-19" que usaram este tipo de medicamento. Ainda assim, foram passadas mais de 830 mil receitas para o medicamento ou para a versão genérica (Plaquenil) em março (no ano passado, no mesmo período foram emitidas 460 mil).

Sublinhe-se que ainda não há registos de abril, nem das prescrições passadas em lares ou em hospitais. Resta, também, saber que impacto terá o anúncio da toma do medicamento por parte do líder republicano, agora em maio

A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, é um medicamento usado no tratamento da malária, e apontado como possibilidade na prevenção e tratamento de infeções pelo novo coronavírus, mas ainda sem resultados comprovados. A Agência Europeia do Medicamento lançou um comunicado onde sublinha que os dois só devem ser usados no âmbito da Covid-19 em caso de estudo clínico ou do uso emergencial e monitorizado, para efeitos de investigação.

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