Descrito pelos tabloides como um "pecador" face ao vírus, o chefe de Estado foi controlado por uma patrulha da polícia quando se encontrava na esplanada de um restaurante no centro de Viena com a mulher e dois amigos depois da meia-noite de sábado, apesar do encerramento obrigatório do estabelecimento ser às 23h00.
"Saí pela primeira vez desde o confinamento com dois amigos e a minha mulher", escreveu Van der Bellen no domingo na rede social Twitter. "Perdemos a noção do tempo enquanto conversávamos. Lamento muito. Foi um erro", adiantou.
Der Bundespräsident zu heutigen Medienmeldungen: „Ich bin erstmals seit dem Lockdown mit zwei Freunden & meiner Frau essen gegangen. Wir haben uns dann verplaudert und leider die Zeit übersehen. Das tut mir aufrichtig leid. Es war ein Fehler“ (1/2)
— A. Van der Bellen (@vanderbellen) May 24, 2020
Para o partido da oposição de extrema-direita FPO, o chefe de Estado mostra com aquele comportamento "a sua indiferença em relação à população, que é obrigada a respeitar as regras delirantes estabelecidas pelo governo" de coligação entre os conservadores e os Verdes.
A Áustria decidiu-se por um confinamento relativamente precoce e rigoroso em meados de março para combater a epidemia da covid-19 e a meio de abril começou a levantar as restrições gradualmente, face a um baixo número de infeções.
Na semana passada, os restaurantes e os cafés foram autorizados a reabrir, mas devem cumprir determinadas regras, como encerrar às 23:00.
O proprietário do estabelecimento em questão declarou ao diário Krone que respeitou as regras interrompendo o serviço às 23h00, mas que autorizou os clientes a permanecerem na esplanada.
Poderá ter de pagar uma multa até 30.000 euros e Van der Bellen declarou que "assumirá a responsabilidade" se o restaurante sofrer perdas devido ao incidente.
Alexander Van der Bellen, das fileiras ecologistas, foi eleito presidente da República em 2016 contra a extrema direita. Em janeiro foi formado um governo entre os conservadores e os Verdes.
A Áustria regista até hoje oficialmente 16.458 casos do novo coronavírus, que causaram a morte de 641 pessoas.
A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan (China), já provocou mais de 343.000 mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência France Presse.
Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.