O número global de infrações penais diminuiu o ano passado na Alemanha, pelo terceiro ano consecutivo, congratulou-se durante uma conferência de imprensa o governante conservador, citando nomeadamente a baixa no número de roubos.
Mas os delitos com "motivação política" registam um aumento que suscita "grande preocupação" no governo de Angela Merkel, segundo Seehofer.
Mais de 41.000 crimes políticos foram registados em 2019, o que representa um aumento de 14,2% em relação ao ano anterior, quando se assinalaram 36.062 delitos do mesmo tipo.
Os atos, que vão do insulto ao assassínio, das cuspidelas às agressões físicas, foram atribuídos a extremistas de direita em mais de metade dos casos.
As infrações penais atribuídas aqueles extremistas atingiram os 22.342 casos, um aumento de 9,4% em relação a 2018.
O insultos e ataques contra judeus aumentaram 13%, atingindo os 2.032 casos.
"A maior ameaça (contra os judeus) continua a vir do extremismo de direita, 93,4% dos crimes antissemitas têm base na extrema-direita", explicou Seehofer, apelando à "maior vigilância".
Os atos islamófobicos registaram uma subida de 4,4%, chegando aos 950 crimes em 2019.
Ao contrário, os atos com motivação religiosa, em particular islâmica, diminuíram 27%, tendo sido registados 425 casos.
As autoridades atribuem o decréscimo à perda de influência do grupo extremista Estado Islâmico, derrotado na Síria e no Iraque, e à proibição na Alemanha de várias associações islâmicas extremistas.
O terrorismo de extrema-direita foi considerado nos últimos meses pelos serviços secretos e pelo governo como uma das principais ameaças para a Alemanha.
O ano de 2019 foi o do assassínio de Walter Lubcke, em sua casa em Hesse (centro), um eleito conservador favorável ao acolhimento dos migrantes. O principal suspeito é um simpatizante da extrema-direita.