O rei Felipe VI, juntamente com a rainha Letizia e as suas filhas, a princesa Leonor e a princesa Sofia, todos vestidos de luto, cumpriram um minuto de silêncio às 12:00 (11:00 em Lisboa) diante de uma bandeira nacional a meia haste nos jardins do palácio real da Zarzuela, nos arredores de Madrid.
"Espanha chora os milhares de compatriotas que perdemos durante esta pandemia. Muitos ainda estão a enfrentar a doença. A todos eles, assim como às suas famílias, queremos recordar e mostrar o nosso luto e carinho", segundo uma mensagem enviada pelo soberano espanhol.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, também participava numa homenagem silenciosa aos mortos, acompanhado por vários membros do Governo, nos degraus da sede do executivo, no Palácio da Moncloa.
O Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento) interrompeu a sessão plenária durante um minuto e no Senado (câmara alta), membros e funcionários concentraram-se às portas da instituição.
Numa mensagem lida no início da sessão plenária, a presidente do Congresso dos Deputados, Meritxell Batet, disse que todos os espanhóis se sentiam "órfãos" pelo falecimento de tantos idosos.
Estas homenagens repetiram-se em todas as instituições públicas das comunidades autonómicas, províncias e concelhos espalhados pelo país, assim como no estrangeiro.
A embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos, e os funcionários da embaixada cumpriram um minuto de silêncio na avenida da Liberdade, em Lisboa, em frente da delegação diplomática situada na rua do Salitre.
O luto oficial tem início quando todo o território espanhol já se encontra pelo menos na "fase um" do desconfinamento, depois de o país ter decretado o estado de emergência em 14 de março último, que visava travar a expansão da pandemia.
Na altura já se tinham registado 120 mortes e havia mais de 4.200 infetados com a doença, números que cresceram até, respetivamente, um total de 27.117 e 236.259 notificados na terça-feira.
Espanha é um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19 que, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.