"Entendeu-se que é necessário dar-se prosseguimento aos trabalhos iniciados aquando do quinto estado de emergência, que termina no dia 31 deste mês, sobretudo na vertente sanitária e análise da real epidemiológica em São Tomé e Príncipe", disse o representante do executivo, no final de uma reunião convocada pelo Presidente, Evaristo Carvalho.
No encontro, que teve a participação de representantes dos órgãos de soberania, técnicos da saúde, representantes da sociedade civil e membros da Presidência da República, segundo o porta-voz, "constatou-se que há necessidade de mais um estado de emergência".
Esta será a quinta prorrogação do estado de emergência em São Tomé e Príncipe, desde que a doença foi anunciada no país e a decisão será publicada através de um decreto presidencial.
O Ministério da Saúde são-tomense anunciou hoje mais cinco casos positivos de covid-19, aumentando para 463 o número de pessoas com infeção pelo novo coronavírus no arquipélago.
No encontro de hoje, os médicos do Instituto de Emergência Médica (INEM), especialistas cubanos e quadro nacionais da saúde fizeram uma exposição sobre a atual situação da pandemia no país, e segundo o porta-voz do encontro, "concluiu-se que está-se no bom caminho, numa perspetiva de despistagem, já que a tendência da covid-19 é crescer no país".
Depois da prorrogação, no sábado, do estado de emergência o Governo anunciará novas medidas de restrição, "a maioria das quais serão uma sequência das medidas já em curso, tais como o uso obrigatório das máscaras, o distanciamento obrigatório, o isolamento".
O Governo acredita que o pico da pandemia poderá ocorrer a 27 de junho, reconhecendo que a situação atual da doença no país "é complicadíssima".
Adelino Lucas anunciou a deslocação a São Tomé e Príncipe "entre segunda e terça-feira próximas" de oito especialistas chineses no tratamento da doença, sendo dois no quadro da cooperação bilateral com a China e outros seis com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para "todos juntos" fazerem frente à pandemia.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, reuniu o comité de crise, e no final considerou que a taxa de letalidade por covid-19 no país "não é alta", decidindo, mesmo assim, que "medidas preventivas sejam redobradas"
Em África, há 3.787 mortos confirmados em mais de 129 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (1.306 casos e 12 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.256 casos e oito mortos), Cabo Verde (406 casos e quatro mortes), São Tomé e Príncipe (463 casos e 12 mortos), Moçambique (234 casos e dois mortos) e Angola (81 infetados e quatro mortos).
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com 26.417 mortos e mais de 438 mil contaminados, sendo o segundo do mundo em número de infeções, atrás dos Estados Unidos (1,7 milhões) e à frente da Rússia (cerca de 387 mil).