A declaração do Governo indiano acontece num momento em que a curva de contágio no país, com 1,3 mil milhões de habitantes, continua a crescer, com mais de 173 mil casos confirmados e 4.971 mortes até hoje.
A primeira das três fases do regresso à normalidade acontece a partir de 08 de junho, em que o acesso a edifícios religiosos, hotéis, restaurantes e centros comerciais "será autorizado", após consultas com as autoridades do Estado, informou o Ministério do Interior, em comunicado.
A segunda fase prevê a abertura de centros educacionais, embora o início desta etapa não vá ser conhecido até julho, a tempo para anunciar ou não o início do novo ano letivo em agosto.
Por último, na terceira fase, vão ser anunciadas as datas para a reabertura de setores importantes como voos internacionais, viagens de metro, abertura de cinemas, ginásios, centros culturais e estádios com grande capacidade de público.
No entanto, até novo aviso, vai continuar a ser imposto o toque de recolha entre as 21:00 e as 05:00, exceto para serviços essenciais, e as "zonas de contenção" vão manter um confinamento estrito pelo menos até 30 de junho.
O executivo indiano recomendou também aos maiores de 65 anos, grávidas, doentes crónicos e menores de 10 anos para ficarem em casa.
A decisão chega um dia depois do anúncio de uma previsão do crescimento para a Índia de 4,2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para o ano fiscal de 2019/2020, finalizado em março, o pior número em 11 anos e que significa uma nova desaceleração para uma economia que continuará em queda, devido ao impacto da covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 364 mil mortos e infetou mais de 5,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,4 milhões de doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.