Foram divulgados os resultados da autópsia independente pedida pela família de George Floyd. O The New York Times adianta que esta autópsia conclui que George Floyd morreu de asfixia, mas também por ter sido impedida a circulação de sangue e de oxigénio para o seu cérebro.
Allecia M. Wilson, da Universidade do Michigan, e Michael Baden, um antigo médico legista da cidade de Nova Iorque, foram contratados pela família de George Floyd para ajudarem a determinar a causa da sua morte.
As suas conclusões foram anunciadas por um dos advogados da família, Antonio Romanucci.
"Não só foi o joelho em cima do pescoço do George a causa da sua morte, mas também foi o peso de outros dois polícias nas suas costas, que impediram a circulação de sangue para o seu cérebro e o fluxo de oxigénio para o cérebro", revelou o advogado.
Benjamin Crump, outro dos advogados da família, disse que os registos dos paramédicos que foram chamados indicam que George Floyd foi pronunciado morto no local. "Para o George Floyd, a ambulância foi o seu carro fúnebre", asseverou Crump.
Esta informação contraria também o que veio a público, de que a morte de George Floyd tinha sido pronunciada cerca de uma hora depois de ter entrado no Centro Médico do Condado de Hennepin.
Na semana passada, os procuradores de Minneapolis divulgaram os resultados preliminares da autópsia oficial. Esses resultados excluíram asfixia e estrangulamento como causas da morte, e atribuíram-na à conjugação de condições de saúde preexistentes, que foram agravadas por ter estado imobilizado, e também a potenciais elementos tóxicos presentes no sistema de Floyd.
Um novo episódio de violência policial a gerar uma onde de revolta
Depois de ser detido por alegadamente ter falsificado uma nota de 20 dólares (cerca de 18 euros), George Floyd foi imobilizado por três agentes da polícia de Minneapolis. Derek Chauvin pressionou o pescoço de George Floyd durante quase nove minutos, mesmo após Floyd dizer-lhe que não conseguia respirar.
Esta autópsia independente indica que os outros dois agentes que imobilizaram Floyd também contribuíram para a sua morte ao impedir a circulação de sangue e de oxigénio para o seu cérebro.
Estes três agentes e um quarto que também esteve envolvido na detenção foram despedidos. Derek Chauvin foi detido e acusado de homicídio em terceiro grau e homicídio involuntário, e encontra-se agora numa prisão de segurança máxima.
A morte de George Floyd na sequência de mais um episódio de violência policial, perpetrado por agentes da polícia brancos a um cidadão negro, gerou uma onda de protestos, inicialmente em Minneapolis, mas que depressa se espalharam a várias cidades norte-americanas.
[Notícia atualizada às 21h33]