"Penso que as pessoas deste país em geral querem que os seus deputados voltem ao trabalho, a fazer o seu trabalho, a passar legislação em nome das pessoas deste país", disse, durante o debate semanal na Câmara dos Comuns.
Johnson respondia ao líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, que questionou a decisão do Governo de acabar com o funcionamento do parlamento numa versão virtual como fez durante várias semanas em abril e maio, durante o confinamento.
O regresso ao funcionamento normal foi aprovado na terça-feira, com 242 deputados a favor e 185 contra, mas o processo resultou numa fila de um quilómetro pelos corredores e exterior do edifício do parlamento para garantir o distanciamento social, demorando cerca de 45 minutos.
Vários conservadores manifestaram-se contra a proposta do próprio partido e Keir Starmer considerou o processo "vergonhoso" e desnecessário, mas o primeiro-ministro defendeu que o regresso ao voto presencial, mesmo que implique filas e demore, faz sentido no contexto do desconfinamento.
Nas últimas semanas, o Governo britânico levantou muitas das restrições em termos de encontro de pessoas e atividades ao ar livre, determinou a reabertura parcial das escolas primárias e secundárias e prevê a reabertura de lojas não essenciais em meados do mês.
"As pessoas normais estão a habituar-se a fazer fila por longos períodos de tempo para fazer compras ou outras coisas", argumentou Johnson.
O primeiro-ministro disse ainda, durante o debate, que assume "total responsabilidade" e que tem "orgulho" nos resultados do Governo no combate à pandemia covid-19.
"Se olhar para o que atingimos, é considerável: protegemos o NHS [serviço nacional de saúde britânico], fizemos descer a taxa de mortalidade, assistimos a menos hospitalizações. Acredito que as pessoas percebem que, com o bom senso comum britânico, vamos continuar a derrotar este vírus", disse.
O Reino Unido é o país com o segundo maior número de mortes a nível mundial, atrás do EUA, durante a pandemia, tendo registado até terça-feira 39.369 óbitos.
Porém, de acordo com estatísticas e números oficiais, o balanço já chegou às 50.000 mortes, se forem incluídos casos suspeitos de pessoas que não foram testadas.