Christian Brückner é a peça central de vários processos para a polícia alemã. Na semana passada, foi noticiado que o homem é suspeito de envolvimento no rapto de outras duas crianças: uma menina de 5 anos que desapareceu na Alemanha em 2015 e um menino alemão de 6 anos que desapareceu em Portugal em 1996, de acordo com a imprensa alemã.
Sublinhe-se que, conforme foi ontem noticiado, o Ministério Público (MP) está a colaborar com as autoridades internacionais em quatro processos, no âmbito da investigação do desaparecimento de Madeleine McCann.
As autoridades alemãs revelaram, no âmbito de um dos processos, que o suspeito de 43 anos de idade, alegadamente, fantasiava com o rapto e o abuso sexual de menores, com base em mensagens que este trocou num chat de conversação, em 2013.
Brückner, que está preso em Kiel, na Alemanha, a cumprir pena por tráfico de droga e abuso sexual de menores, terá dito a um conhecido, numa conversa através do Skype, em setembro de 2013, que queria "apanhar uma coisa pequena e usá-la durante dias", segundo reportou o Der Spiegel, citado pelo Guardian.
A mesma publicação escreve que, quando o conhecido respondeu que isso seria uma tarefa perigosa, Brückner sugeriu que já tinha experiência nesse âmbito. "Se as provas forem destruídas depois...", terá respondido.
Os registos destas conversas foram encontrados pela polícia alemã num computador que foi confiscado no início de 2016, de uma propriedade que pertencia ao suspeito, na Alta Saxónia, no cumprimento de um mandado de busca relacionado com o desaparecimento de Inga Gehricke, a menina alemã de 5 anos, que desapareceu na mesma região.
Recorde-se que Brückner, que viveu em Portugal entre 1995 e 2007, tornou-se no principal suspeito para as autoridades alemãs, fruto do resultado da investigação a registos telefónicos, que o colocam nas redondezas da Praia da Luz na noite de desaparecimento de Maddie, em 2007. As polícias alemã, inglesa e portuguesa estão a colaborar, tendo sido pedida a ajuda da população por pistas relacionadas com o suspeito.
Um procurador alemão disse que tudo indica que Madeleine McCann está morta, mas admitiu faltarem "provas concretas" para incriminar o suspeito. Os investigadores esperam obter mais informação sobre o suspeito que possam levar à sua incriminação.