Ucrânia diz ter intercetado tentativa de suborno no caso Burisma
As autoridades ucranianas disseram que intercetaram uma tentativa de suborno com o objetivo de encerrar uma investigação criminal sobre o responsável de uma empresa de gás natural em que trabalhou o filho do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden.
© Reuters
Mundo EUA
O valor do alegado suborno seria de seis milhões de dólares (5,3 milhões de euros).
Numa conferência de imprensa realizada hoje, em Kiev, o procurador anticorrupção da Ucrânia, Nazar Kholodnitsky, disse que nenhum membro da família Biden está relacionado com esta tentativa de suborno.
Kholodnitsky e o chefe do departamento nacional anticorrupção da Ucrânia, Artem Sytnik, disseram que o suborno deveria incentivar os seus departamentos a encerrar uma investigação sobre Mykola Zlochevsky, chefe da empresa de gás natural Burisma e ex-ministro da Ecologia.
Zlochevsky é suspeito de ter usado a sua posição ministerial para enriquecer a sua empresa de gás. As atividades da empresa investigadas pelas autoridades referiam-se aos anos entre 2010 e 2012.
Burisma, um dos maiores produtores privados de gás do país, esteve também no centro da rivalidade política dos Estados Unidos, já que Joe Biden é o principal opositor do Presidente norte-americano, Donald Trump, nas eleições presidenciais deste ano.
O filho de Biden, Hunter, ingressou no conselho da Burisma em 2014, quando o seu pai ainda era vice-Presidente dos EUA e a principal figura das relações dos EUA com a Ucrânia. Hunter Biden abandonou o cargo no conselho de administração da empresa ucraniana em 2018.
No ano passado, Trump teria pressionado o novo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a investigar os Biden, num telefonema que provocou um pedido de 'impeachment' contra o chefe de Estado norte-americano, mas que acabou com a sua absolvição.
Os democratas insistiram na versão de que Trump abusou do cargo, ao pressionar o Presidente ucraniano a investigar a atividade da família de Joe Biden, rival democrata, junto de uma empresa da Ucrânia envolvida num caso de corrupção, e que tentou perturbar a investigação pela Câmara de Representantes.
A 5 de fevereiro, o Senado dos Estados Unidos da América absolveu o Presidente norte-americano, o republicano Donald Trump, das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso que sustentavam o processo de destituição do chefe de Estado.
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