"Não podemos sair desta crise sem um projeto claro para o futuro do país. Um projeto corajoso, partilhado, que permita à Itália recomeçar ao eliminar os obstáculos que a travaram nos últimos anos", declarou Conte perante as principais organizações sindicais.
A epidemia da covid-19 constituirá no final "um acelerador" das mudanças que se registam em Itália nos domínios climático, demográfico ou da digitalização, assegurou o primeiro-ministro italiano.
"Não desperdiçaremos um único euro", afirmou, e quando no final de maio a Comissão Europeia propôs um plano de relançamento pós-coronavírus de 750 mil milhões de euros, com 500 mil milhões de subvenções não reembolsáveis e 250 mil milhões de empréstimos.
A Itália deverá beneficiar de 172 mil milhões de euros do conjunto daquele valor, devendo previamente delinear um plano muito detalhado que será apresentado em setembro a Bruxelas.
O projeto do Governo Conte estabelece nove prioridades de desenvolvimento para o país.
Em primeiro ligar, prevê um grande plano para o digital, com um país "completamente numérico", uma grande "rede nacional única de fibra ótica" e o 5G.
Preveem-se ainda investimentos massivos para a modernização de infraestruturas, autoestradas, portos e aeroportos e caminhos de ferro, mas igualmente em benefício de uma economia duradoura que respeite o meio ambiente.
O projeto concede particular atenção a cinco segmentos importantes para a economia do país, com "planos de apoio" ao turismo, indústria automóvel, património artístico e cultural, setor das pescas e agricultura e ao aço.
Por fim, o Governo prevê a "desburocratização" do país, com investimentos prioritários na educação e investigação, para além da introdução de alterações no sistema judicial para contrariar a sua tradicional lentidão.
Um capítulo é também consagrado a uma "reforma fiscal" e ao combate à evasão fiscal, muito frequente no país transalpino.
Todos estes objetivos "baseiam-se em dois valores (...) o trabalho e os direitos sociais", prometeu Conte aos sindicatos.