O anúncio foi feito pelo chefe de Estado brasileiro na plataforma Twitter.
"Nesta manhã, conversei com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Concordamos em aprofundar ainda mais a cooperação entre nossos países, inclusive no combate à covid-19", escreveu Jair Bolsonaro.
Segundo os números da Universidade Jonhs Hopkins, o Brasil regista o segundo maior número de mortes (43.332) e de casos de covid-19 (867.624) no mundo, apenas superado pelos Estados Unidos.
Por sua vez, a Rússia ocupa o terceiro lugar em número de contágios (536.484) e o 13.º lugar em termos de vítimas mortais (7.081), refere a mesma fonte.
No sábado, o Governo de Putin anunciou que irá iniciar, em julho, os ensaios clínicos, com seres humanos, de uma vacina contra o novo coronavírus, pretendendo começar a produzi-la em grande escala a partir de setembro.
Moscovo refere que dez centros científicos do país estão a trabalhar no desenvolvimento da vacina e de medicamentos para combater a doença.
De acordo com os dados oficiais, o número de casos de covid-19 em solo russo diminuiu significativamente desde o pico, em maio.
Por outro lado, o Brasil verifica um aumento diário, sendo que o pico da curva de infeção é esperado para julho.
Apesar disto, governos regionais e municipais iniciaram processos de cancelamento ou suspensão das medidas de confinamento e distanciamento social que tinham sido impostas.
Bolsonaro sempre se mostrou contra o confinamento, alegando que a suspensão de atividades económicas pode provocar mais mortes que a própria doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2.
No 'tweet', Bolsonaro refere que falou com Putin também sobre a próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS, um fórum de coordenação política que integra grandes economias emergentes -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Tratamos também dos resultados que queremos atingir na próxima Cimeira do BRICS, em São Petersburgo", escreveu Bolsonaro.
A cimeira estava inicialmente prevista para junho, mas Putin anunciou, no mês passado, que esta seria adiada para uma data ainda por determinar devido à pandemia.
Em novembro, durante uma reunião oficial em Brasília, os dois chefes de Estado anunciaram várias iniciativas de cooperação nas áreas da energia, tecnologia espacial e biotecnologia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.