Regulador revoga autorização para uso de hidroxicloroquina nos EUA

A Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) indicou hoje que vai revogar a autorização de emergência para a utilização de medicação para a malária no tratamento da covid-19, aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

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© REUTERS/George Frey

Lusa
15/06/2020 18:30 ‧ 15/06/2020 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Segundo a US Food and Drug Administration (FDA, nome em inglês), "é improvável" que a hidroxicloroquina e a cloroquina seja eficaz no tratamento do novo coronavírus.

Citando relatos de complicações cardíacas, a FDA considera que os dois medicamentos constituem um risco maior para os pacientes infetados com covid-19 do que quaisquer potenciais benefícios.

A hidroxicloroquina e a cloroquina, também prescrita para o lúpus e para a artrite reumatoide, pode provocar problemas no ritmo cardíaco, ao baixar significativamente a pressão sanguínea, bem como danos musculares ou nervosos.

A decisão significa que o "stock" de medicamentos adquirido pelo Governo federal não poderá continuar a ser distribuído às autoridades locais de cada Estado norte-americano.

Os medicamentos para o tratamento da malária, porém, vão continuar disponíveis para outros fins, pelo que os médicos norte-americanos podem continuar a prescrevê-los para a covid-19 -- prática conhecida por prescrição "off-label".

Quinta-feira passada, um painel de especialistas do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) reviu as linhas de orientação para recomendar especificamente a não utilização dos dois medicamentos para o tratamento da covid-19, à exceção de estudos e investigações formais.

Nas primeiras semanas da pandemia nos Estados Unidos, Donald Trump foi um dos principais defensores do uso da hidroxicloroquina e a cloroquina e chocou os profissionais médicos quando revelou que tomava o medicamento preventivamente para combater a infeção.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (115.732) e mais casos de infeção confirmados (quase 2,1 milhões). Seguem-se o Brasil (43.332 mortes, mais de 867 mil casos), Reino Unido (41.736 mortos, quase 297 mil casos), a Itália (34.371 mortos, mais de 237 mil casos), a França (29.398 mortos, mais de 193 mil casos) e a Espanha (27.136 mortos, mais de 244 mil casos).

A Rússia, que contabiliza 7.081 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com mais de 536 mil.

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