A informação foi hoje adiantada pelo líder da equipa de pesquisa, Alexis Kalergis.
O professor da Universidade Católica disse numa videoconferência com a imprensa estrangeira no Chile que o projeto é um das dezenas que estão a ser desenvolvidos em todo o mundo e procura uma produção principalmente destinada à América do Sul.
O projeto segue o trajeto do anterior trabalho desenvolvido pela sua equipa para criar uma vacina contra o vírus sincicial respiratório.
"Já concluímos a formulação de alguns dos protótipos e estamos atualmente a desenvolver os ensaios pré-clínicos, que correspondem aos testes a nível laboratorial que demonstram a segurança e eficácia dos modelos experimentais", explicou Kalergis.
Apesar do bom ritmo do projeto científico, a possibilidade de ter uma vacina demorará pelo menos dois anos, contando que o estudo evolua sem contratempos.
"Será necessário produzir a vacina em condições de boas práticas de fabrico, para cumprir a regulamentação nacional e internacional e, posteriormente, avaliar a sua segurança e imunogenicidade através de estudos clínicos", acrescentou o perito, sobre o caminho que espera num futuro próximo.
Como o novo coronavírus continua a propagar-se a nível mundial, com mais de 8 milhões de pessoas infetadas pela covid-19, a equipa da Universidade Católica está confiante de que o modelo da vacina pode ser favorável, uma vez que se baseia em investigações anteriores contra vírus respiratórios.
Kalergis acrescentou que, a nível internacional, existem diferentes linhas de ação no desenvolvimento das vacinas contra a SARS-CoV-2 e a chilena consiste na utilização de antigénios do próprio coronavírus.
Enquanto os cientistas chilenos trabalham no desenvolvimento de uma vacina, o país já se encontra entre os dez países do mundo com maior número de pessoas infetadas (220.628) e regista 3.615 mortes.
O Chile encontra-se atualmente em estado de emergência devido à pandemia. A população é obrigada ao recolher obrigatório noturno, mais de metade da população está em quarentena domiciliária, as fronteiras estão fechadas, bem como escolas e empresas que não são bens de primeira necessidade.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos e infetou mais de 8,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.