O anúncio foi feito pelo Presidente Nicolás Maduro durante uma intervenção televisiva em que anunciou também a morte de mais uma pessoa com coronavírus.
Com os novos casos, o número oficial de pacientes com covid-19 sobe para 3.386, com 28 mortes associadas, tendo 835 pessoas recuperado da doença.
"Disparou-se um alarme no meio da batalha contra o coronavírus que nos vai obrigar a tomar novas decisões, precoces, ousadas e radicais. Quero preparar os venezuelanos para novas ações a tempo", disse Nicolás Maduro.
Segundo o Presidente da Venezuela, a comissão presidencial responsável pela covid-19 está a estudar novas ações para proteção dos venezuelanos, que deverão ser anunciadas nas próximas horas.
O aumento do número de infetados no país surge durante a implementação de um programa de alívio da quarentena, que prevê sete dias de flexibilização, até domingo, seguidos de outros sete de estrito confinamento.
"O 7+7 [sete dias de flexibilização mais sete de estrita quarentena] é bom para a comunidade, para a economia, mas perante estes focos, estas ameaças, tenho de atuar", disse Maduro.
O Presidente venezuelano instou a população a informar as autoridades de saúde sobre possíveis casos suspeitos, em particular de pessoas que entram no país por via terrestre, através de caminhos secundários, incluindo venezuelanos que regressam da Colômbia.
Há "muitos nacionais [vindos da Colômbia] a percorrer trilhos e a contagiar importantes setores em todo o país", disse.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos e infetou mais de 8,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.