"Em data desconhecida, anterior a 18 de julho de 2019, as autoridades do Governo da Federação Russa ordenaram que o (suspeito) matasse o cidadão georgiano de origem chechena Tornike K", afirmou a procuradoria-geral alemã, em comunicado hoje divulgado.
De acordo com a mesma fonte, o suspeito do crime é um russo que entrou na Alemanha sob identidade falsa e que foi preso depois do homicídio.
O caso já tinha levado a Alemanha a expulsar, em dezembro passado, dois diplomatas russos e a acusar a Rússia de não cooperar com a investigação.
A Rússia reagiu rapidamente, considerando a decisão "hostil e sem fundamento" e expulsando, poucos dias depois, dois funcionários da embaixada de Berlim em Moscovo.
Tornike K., de 40 anos e membro da minoria chechena da Geórgia, foi morto em 23 de agosto, em pleno dia, num jardim da capital alemã, com três tiros disparados por uma arma com silenciador.
O suspeito identificado perto do local do crime, um russo, foi detido, mas recusou falar.
O suspeito tinha consigo documentos de identificação em nome de Vadim Sokolov, de 49 anos, nome que não consta das bases de dados russas, mas que foi considerada uma identidade falsa de Vadim Krasikov, de 54 anos, alvo de um mandado de captura internacional pelo homicídio de um empresário russo em 2013.
O caso abriu uma nova crise diplomática com a Rússia, depois da crise desencadeada pelo envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em Inglaterra, em março de 2018.
A investigação do crime cometido em Berlim acabou por ser adotada pelo Ministério Público federal alemão - instância competente em matéria de espionagem -, quando as primeiras conclusões apontaram para o envolvimento do Governo da Rússia ou da república russa da Chechénia.