Covid-19: Maduro alerta para "surto perigoso" em cidades da Venezuela

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou na segunda-feira para um "surto perigoso" de coronavírus nas grandes cidades do país, no mesmo dia em que o país ultrapassou a barreira dos 4.000 casos confirmados.

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Lusa
23/06/2020 06:17 ‧ 23/06/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Estamos a enfrentar um surto perigoso de coronavírus na maioria das grandes cidades do país", disse Maduro, durante um ato transmitido pela televisão estatal venezuelana.

Segundo Nicolás Maduro, o surto está relacionado com o regresso de venezuelanos da vizinha Colômbia e do Brasil, pelo que instou a população a respeitar disciplinadamente a quarentena preventiva da covid-19.

"Há que eliminar o surto e a única maneira é a quarentena disciplinada e medidas sanitárias, acatadas por todos", disse.

Por outro lado, precisou que há mais de 70 mil venezuelanos que regressaram ao seu país desde o início da pandemia de covid-19.

"A única vacina é a prevenção", insistiu, precisando que os casos de transmissão comunitária no país aumentaram de seis por dia para entre 20 e 30 diariamente.

"Eu sei de casos de pessoas que pensaram que não se contagiariam, não acataram as medidas e depois veio o arrependimento. Há muita juventude contagiada", frisou.

A Venezuela reforçou na segunda-feira a quarentena instaurada para combater a propagação do novo coronavírus em 10 dos 24 Estados do país, incluindo no Distrito Capital.

As novas medidas, que as autoridades locais dizem ser uma "radicalização" da quarentena, têm lugar depois de uma flexibilização de sete dias.

Ao abrigo do reforço das medidas, o Metropolitano de Caracas encerrou as portas, e as autoestradas e ruas principais de algumas zonas residenciais estão bloqueadas, com restrições à circulação de pessoas, incluindo no centro da capital.

Com os setores prioritários (supermercados, farmácias) a funcionarem apenas durante algumas horas por dia, várias zonas de Caracas registaram hoje apagões elétricos, com muitos clientes a queixarem-se de que nos últimos dias estavam sem serviço de Internet, impedindo-os de aceder a alguns canais de televisão, depois de a principal operadora de cabo, a Directv, ter saído do país, em 19 de maio.

Segundo a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, foram implementadas algumas medidas restritivas, incluindo em zonas residenciais do Distrito Capital, devido à forte presença do novo coronavírus no município Libertador, o maior de Caracas.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários Estados do país.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 469 mil mortos e infetou quase nove milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

 

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