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Venezuela suspende desfiles militares devido ao aumento de casos

O Presidente da Venezuela suspendeu hoje a realização dos desfiles militares que assinalariam o 199º. aniversário da Batalha de Carabobo e o 208.º aniversário da assinatura da Ata da Independência, devido ao aumento de casos de coronavírus.

Venezuela suspende desfiles militares devido ao aumento de casos
Notícias ao Minuto

06:52 - 24/06/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"Por motivo da quarentena radical, suspenderam-se os atos dos desfiles de 24 de junho e 1 de julho", disse Nicolás Maduro à televisão estatal venezuelana.

A Batalha de Carabobo teve lugar em 24 de junho de 1821 e foi uma das principais ações militares na luta pela independência da Venezuela. Nessa data, o exército patriótico venceu o exército real espanhol no Campo de Carabobo (centro do país).

A assinatura da Ata da Independência teve lugar em 05 de julho de 1811.

"Este ano não pode haver desfiles. Faremos isso depois, porque estamos a cumprir a quarentena estrita, radical e necessária para cortar as cadeias de transmissão do surto que temos", disse.

A Venezuela tem 4.186 casos confirmados de coronavírus e 35 mortes associadas à covid-19. Segundo os dados das autoridades, 1.327 pessoas recuperaram da doença.

Na segunda-feira, o Presidente Nicolás Maduro alertou que os venezuelanos enfrentavam "um surto perigoso de coronavírus na maioria das grandes cidades do país", afirmando que para o eliminar era preciso "quarentena disciplinada e medidas sanitárias, acatadas por todos".

Hoje, as autoridades encerraram um estabelecimento de uma rede de supermercados de portugueses, em El Cafetal (Baruta, Caracas), para uma desinfeção absoluta, depois de duas dezenas de empregados apresentaram sintomas de possível contágio por coronavírus.

O presidente da Câmara Municipal de Baruta, Darwin González, pediu calma aos residentes em El Cafetal, uma zona com importante presença de portugueses, enquanto se aguardam os resultados dos testes.

A Venezuela reforçou na segunda-feira a quarentena instaurada para combater a propagação do novo coronavírus em 10 dos 24 Estados do país, incluindo no Distrito Capital.

As novas medidas, que as autoridades locais dizem ser uma "radicalização" da quarentena, têm lugar depois de uma flexibilização de sete dias.

Ao abrigo do reforço das medidas, o Metropolitano de Caracas encerrou as portas, e as autoestradas e ruas principais de algumas zonas residenciais estão bloqueadas, com restrições à circulação de pessoas, incluindo no centro da capital.

Com os setores prioritários (supermercados, farmácias) a funcionarem apenas durante algumas horas por dia, várias zonas de Caracas registam apagões elétricos, com muitos clientes a queixarem-se de que nos últimos dias estiveram sem serviço de Internet, impedindo-os de aceder a alguns canais de televisão, depois de a principal operadora de cabo, a Directv, ter saído do país, em 19 de maio.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários Estados do país.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 473 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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