"Vinte e oito migrantes testaram positivo para o novo coronavírus. Os migrantes estão num navio atracado no porto de Empedocle. Uma exigência que tínhamos feito a 12 de abril ao Governo central para impedir o desenvolvimento de surtos no território (...). Hoje, o nosso pedido percebe-se melhor", escreveu o presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, nas redes sociais.
A Itália declarou em abril que os seus portos não eram seguros para o desembarque de migrantes resgatados no Mediterrâneo central devido à pandemia do novo coronavírus e, desde então, permite que trabalhadores humanitários façam quarentena em navios italianos, enquanto se aguarda um acordo para a realocação do migrantes na Europa.
Nos últimos dias, o navio da organização não-governamental (ONG) Sea Watch resgatou cerca de 200 migrantes no Mediterrâneo, que foram transferidos para bordo de um navio italiano, onde permanecerão por quinze dias em quarentena.
O navio está na costa do porto de Empedocle, na ilha da Sicília, e o teste para o novo coronavírus foi realizado nas últimas horas.
Há também outro migrante desse grupo que está hospitalizado na ilha e que inicialmente se suspeitava que tivesse tuberculose, mas que mais tarde foi comprovado que também sofre de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
Nello Musumeci destacou que aqueles que geraram polémica no país quando foi decidido que todos os migrantes resgatados deveriam ficar em quarentena e acusaram a sua administração, defensora dessa iniciativa, "de quase racista", hoje perceberão "que isso era justificado.
"Nas próximas horas, importantes medidas sanitárias devem ser adotadas de acordo com o princípio da precaução", argumentou o presidente da região da Sicília, ao solicitar que o Governo central gerencie essa situação com a ajuda das autoridades regionais.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (121.228) e mais casos de infeção confirmados (mais de 2,3 milhões).
Seguem-se o Brasil (52.645 mortes, mais de 1,1 milhões de casos), Reino Unido (42.927 mortos, mais de 306 mil casos), a Itália (34.675 mortos e mais de 238.800 casos), a França (29.720 mortos, mais de 197.600 casos) e a Espanha (28.325 mortos, mais de 246.750 casos).