EUA sancionam comandantes iranianos que transportaram petróleo

O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Mike Pompeo, anunciou hoje sanções contra cinco comandantes de navios iranianos que transportaram 1,5 milhões de barris de petróleo ao "regime ilegítimo" do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

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Lusa
24/06/2020 18:16 ‧ 24/06/2020 por Lusa

Mundo

Venezuela

 

"news_bold">"Hoje, os EUA sancionam cinco comandantes de navios iranianos que transportaram 1,5 milhões de barris à Venezuela em apoio ao regime ilegítimo de Maduro. Os ativos desses comandantes vão ser bloqueados e não podem operar em águas norte-americanas", afirmou Pompeo, em conferência de imprensa do Departamento do Estado.

Os petroleiros foram identificados como sendo "Clavel", "Petunia", "Fortuna", "Bosque" e "Faxon", detalhou em comunicado o Departamento do Tesouro.

Segundo este departamento, os cinco comandantes trabalham para as empresas Linhas de Navegação da República do Irão (IRISL, na sigla em inglês) e a Companhia Nacional Iraniana de Petroleiros (NITC).

Com estas sanções, os EUA procuram congelar todos os bens que os cinco iranianos possam ter no país e proibi-los de fazer transações financeiras com qualquer cidadão norte-americano, o que em teoria dificulta o acesso ao sistema financeiro internacional, baseado em dólares.

Além disso, Pompeo condenou a alegada presença na Venezuela de "ramos" do grupo 'jihadista' Estado Islâmico e da Al-Qaida, organizações sunitas e do grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado por Teerão.

Os EUA estão também preocupados com a crescente presença na Venezuela da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN), de acordo com o relatório anual sobre terrorismo no mundo do Departamento do Estado, emitido hoje e relativo a 2019.

"Os incidentes terroristas na Venezuela refletem a crescente presença e controlo territorial do ELN. Os confrontos entre o ELN, outros grupos ilegais armados colombianos e venezuelanos e as forças governamentais venezuelanas aumentaram", assinala o relatório.

O documento acusa ainda Maduro de "usar essas atividades criminosas para permanecer ilegitimamente no poder".

Por outro lado, dias depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que estava aberto a uma reunião com Maduro, Pompeo reafirmou o apoio de Washington ao líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino da Venezuela por cinquenta países.

"Continuamos a apoiar a Assembleia Nacional e o Presidente interino Guaidó na sua luta para restaurar a democracia", destacou o governante norte-americano.

Oficialmente, a Administração de Trump rejeitou sempre qualquer diálogo direto com Maduro até que "a democracia seja restaurada" no país sul-americano.

No entanto, o líder norte-americano deixou a porta aberta para a possibilidade de uma reunião pública pelo menos uma vez, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas de setembro de 2018, quando Trump e Maduro estavam em Nova Iorque, apesar da Casa Branca ter descartado essa possibilidade umas horas mais tarde.

Em agosto de 2019, Trump assegurou que o seu Governo mantinha contactos com o 'chavismo' "ao mais alto nível", embora não tivesse esclarecido se se referia a conversas com o considerado "número dois" do governo venezuelano, Diosdado Cabello, como apontaram relatos na imprensa.

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