"Hoje, os EUA sancionam cinco comandantes de navios iranianos que transportaram 1,5 milhões de barris à Venezuela em apoio ao regime ilegítimo de Maduro. Os ativos desses comandantes vão ser bloqueados e não podem operar em águas norte-americanas", afirmou Pompeo, em conferência de imprensa do Departamento do Estado.
Os petroleiros foram identificados como sendo "Clavel", "Petunia", "Fortuna", "Bosque" e "Faxon", detalhou em comunicado o Departamento do Tesouro.
Segundo este departamento, os cinco comandantes trabalham para as empresas Linhas de Navegação da República do Irão (IRISL, na sigla em inglês) e a Companhia Nacional Iraniana de Petroleiros (NITC).
Com estas sanções, os EUA procuram congelar todos os bens que os cinco iranianos possam ter no país e proibi-los de fazer transações financeiras com qualquer cidadão norte-americano, o que em teoria dificulta o acesso ao sistema financeiro internacional, baseado em dólares.
Além disso, Pompeo condenou a alegada presença na Venezuela de "ramos" do grupo 'jihadista' Estado Islâmico e da Al-Qaida, organizações sunitas e do grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado por Teerão.
Os EUA estão também preocupados com a crescente presença na Venezuela da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN), de acordo com o relatório anual sobre terrorismo no mundo do Departamento do Estado, emitido hoje e relativo a 2019.
"Os incidentes terroristas na Venezuela refletem a crescente presença e controlo territorial do ELN. Os confrontos entre o ELN, outros grupos ilegais armados colombianos e venezuelanos e as forças governamentais venezuelanas aumentaram", assinala o relatório.
O documento acusa ainda Maduro de "usar essas atividades criminosas para permanecer ilegitimamente no poder".
Por outro lado, dias depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que estava aberto a uma reunião com Maduro, Pompeo reafirmou o apoio de Washington ao líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino da Venezuela por cinquenta países.
"Continuamos a apoiar a Assembleia Nacional e o Presidente interino Guaidó na sua luta para restaurar a democracia", destacou o governante norte-americano.
Oficialmente, a Administração de Trump rejeitou sempre qualquer diálogo direto com Maduro até que "a democracia seja restaurada" no país sul-americano.
No entanto, o líder norte-americano deixou a porta aberta para a possibilidade de uma reunião pública pelo menos uma vez, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas de setembro de 2018, quando Trump e Maduro estavam em Nova Iorque, apesar da Casa Branca ter descartado essa possibilidade umas horas mais tarde.
Em agosto de 2019, Trump assegurou que o seu Governo mantinha contactos com o 'chavismo' "ao mais alto nível", embora não tivesse esclarecido se se referia a conversas com o considerado "número dois" do governo venezuelano, Diosdado Cabello, como apontaram relatos na imprensa.