A Universidade de Barcelona analisou a presença do novo coronavírus nas águas residuais e descobriu que havia vestígios desde 15 de janeiro. A descoberta foi confirmada por Albert Bosch, presidente da Sociedade Espanhola de Virologia e professor do Departamento de Microbiologia desta universidade, ao La Vanguardia.
"Analisámos a presença da SARS em amostras antigas e descobrimos que o vírus já lá estava [deste essa data]. Estamos a falar de 41 antes da primeira declaração de um caso [de Covid-19], o que aconteceu em 25 de Fevereiro", explicou.
A conclusão leva o professor a concluir que podia haver "casos mascarados [de Covid-19] na época da gripe, quando ainda não tínhamos conhecimento de que a infeção existia". "Entre os casos de gripe e os assintomáticos, a circulação do vírus pode ter passado despercebida", sustenta.
O docente refere ainda que na "entrada nas estações de tratamento de águas residuais, o sinal de Covid-19 perde-se" mas, apesar disso, "a guarda não será reduzida", e garante, também, que "está a ser preparada uma vigilância estratégica tanto a nível da Catalunha como do resto de Espanha" para esta situação.
A investigação chegou a esta conclusão no início deste mês, sendo que uma semana depois também se descobriu que o novo coronavírus estava presente nas águas residuais de Milão e Turim [Itália] em dezembro de 2019, dois meses antes de ter sido detetado o primeiro infetado no país.