O porta-voz da SOS Méditrerranée, Laurence Bondard, indicou que o navio-ambulância está atualmente a navegar entre as águas italianas e maltesas a aguardar por uma resposta das autoridades dos dois países para poder atracar.
"Já enviamos três pedidos, um na sexta-feira de manhã, outro no sábado e um terceiro hoje, mas não obtivemos resposta, mesmo um qualquer sinal a acusar a receção" por parte das autoridades, lamentou Laurence Bondard, citada por um jornalista da France Press que, entretanto, subiu a bordo no SOS Méditerranée.
"É inaceitável e ilegal relativamente ao que está definido no Direito Marítimo Internacional, que é bem claro. Qualquer pessoa salva no mar deve poder desembarcar o mais rapidamente possível num local seguro", acrescentou.
Para Bondard, é "urgente" que as 118 pessoas recolhidas quinta-feira a partir de duas embarcações de madeira "sejam apoiadas", sublinhou o porta-voz do navio-ambulância, frisando que, passados quatro dias, os migrantes "comecem a mostrar-se ansiosos".
A primeira operação de salvamento ocorreu na "fronteira" entre as águas territoriais italianas e maltesas, com a segunda a decorrer já no lado de Malta, indicou a ONG.
"Apelamos às autoridades italianas e maltesas para que se mobilizem imediatamente e de forma solidária", reclamou também a SOS Méditerranée, que relançou as suas operações no Mediterrâneo há cerca de uma semana, após três meses de paragem devido à crise sanitária ligada à covid-19.
A atracagem de navios com migrantes a bordo tem estado submetida a regras estritas devido ao novo coronavírus.
Num outro salvamento de migrantes efetuado também no Mediterrâneo pela ONG alemã Sea Watch, 28 dos 209 socorridos foram colocados em quarentena num "ferry" num porto siciliano, tendo testado positivo à covid-19 na semana passada.
As autoridades maltesas puseram em prática um sistema idêntico de quarentena no mar em barcos de turismo.