Os dois repórteres que trabalham para a China Southeast TV receberam uma ordem de expulsão emitida pelo Conselho dos Assuntos do Continente (MAC), principal organismo político de Taiwan dedicado aos assuntos relacionados com Pequim e que considera que houve incumprimento na legislação em vigor que se aplica aos jornalistas da República Popular da China.
"Eles deviam ter respeitado os regulamentos e, por isso, as autoridades decidiram não prolongar mais as autorizações. Têm de sair hoje", disse o porta-voz do MAC, Chiu Chui-cheng.
No aeroporto internacional de Taoyuan, a repórter Ai Kezhu, um dos jornalistas expulsos e autora da emissão criticada por Taipé disse que a decisão a deixou perplexa.
"Nós prestamos contas das nossas atividades em Taiwan sobre o conteúdo do nosso trabalho aos serviços competentes. Foi o que fizemos ao longo dos últimos doze anos. Consideramos muito estranho porque nunca tivemos problemas no passado e agora surje esta situação", disse a jornalista.
A cadeia de televisão a que pertencem os dois jornalistas difunde regularmente conteúdos pró-Pequim mas recentemente as emissões produzidas em Taiwan provocaram indignação dos ouvintes por ter sido dada voz a convidados particularmente críticos do governo de Taiwan que encorajaram Pequim a "reunificar a ilha".
Em Taiwan os jornalistas da República Popular da China têm autorização para trabalhar apesar de estarem regulados pelas autoridades locais.
Taiwan (República da China), no Estreito da Formosa, é considerado "território rebelde" por Pequim desde o fim da Guerra Civil e da subida ao poder do regime comunista, em 1949.
A expulsão dos dois jornalistas acontece numa altura em que ocorre uma vaga de expulsões de jornalistas entre os Estados Unidos e a República Popular da China.