O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está infetado com o novo coronavírus. O resultado foi conhecido hoje, e revelado pelo próprio, depois de ter sido submetido, na segunda-feira, a testes laboratoriais, por se sentir febril e com dores musculares.
Apesar de "a maioria das pessoas não ter sintomas", Jair Bolsonaro confessou, em declarações aos jornalistas, ter sentido um "mal-estar, cansaço, febre e um pouco de dor muscular".
Porém, o presidente desvalorizou o diagnóstico, alegando que "não tem problema" e que agiu com "naturalidade" quando recebeu o resultado do exame. "Não tem de ter pavor, é a vida".
Questionado relativamente à pertinência do alívio das medidas de confinamento no Brasil, Bolsonaro justificou que "o Brasil é um país continental [com zonas quentes e outras mais frias] e o vírus dá-se melhor em climas mais frios".
Outra justificação, acrescentou ainda, diz respeito à "educação", considerando o presidente brasileiro que as "crianças sem salas de aulas vão ter problemas de readaptação no futuro". Para além disso, "a possibilidade de pessoas com menos de 40 anos de idade, a não ser que tenham algum problema de saúde, terem consequências de contaminação é zero", vincou.
"Temos de nos preocupar com a questão do vírus sim, mas também com o desemprego. Quando se fala em aumento do suicídio no Brasil, com toda a certeza que uma das causas é essa [o desemprego]. Essas questões todas têm de ser levadas em conta. A vida continua, o Brasil tem de produzir", enfatizou.
Esclareceu ainda Bolsonaro, que foi criticado por quem considerava que "a economia se recupera, a vida não", que sabe que "isso é verdade". "Eu sei que ninguém recupera, mas, se a vida não funciona, leva a outras causas de morte no Brasil e isso foi completamente esquecido", afirmou.
No final da conferência de imprensa, o presidente Bolsonaro pediu aos jornalistas que se afastassem para que pudesse retirar a máscara. O político pretendeu, com esta ação, mostrar aos brasileiros que está "perfeitamente bem".
A primeira-dama também foi submetida ao teste ao novo coronavírus, não sendo ainda conhecido o resultado.
Refira-se que o Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,62 milhões de casos e 65.487 óbitos), depois dos Estados Unidos.