Opositores desejam recuperação de Bolsonaro mas criticam postura

Vários opositores políticos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, usaram hoje as redes sociais para desejar a recuperação do chefe de Estado, que testou positivo para a covid-19, mas criticaram a sua postura ao longo da pandemia.

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Lusa
07/07/2020 19:32 ‧ 07/07/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Lamento pelos mais de 1,6 milhões de infetados e pelo facto de termos entre nós o pior gestor de crise do mundo. Desejo que todos se restabeleçam, inclusive Bolsonaro. Aos familiares dos que se foram a meio do descaso do Governo, os meus sinceros sentimentos", escreveu na rede social Twitter o ex-candidato presidencial pelo Partido dos Trabalhadores Fernando Haddad, que disputou o sufrágio de 2018 contra Bolsonaro.

Já o governador do estado de São Paulo, João Doria, com quem Jair Bolsonaro se tem desentendido nos últimos meses em relação às políticas de isolamento social face à pandemia, desejou que o Chefe de Estado "sigas as orientações da medicina" para se recuperar.

"Desejo pronta recuperação ao Presidente Jair Bolsonaro, diagnosticado com covid-19. Que ele siga as orientações da medicina e, em breve, esteja restabelecido", disse Doria no Twitter.

Também o ex-ministro da Justiça do Brasil Sergio Moro, que deixou o Governo em abril, após acusar Bolsonaro de interferência na Polícia Federal, indicou que "apenas cabe desejar a plena recuperação" do chefe de Estado.

Mais agressiva nas palavras usadas foi a deputada Joice Hasselmann, outrora uma forte alidada de Bolsonaro mas hoje uma das grandes críticas do seu Governo, que apelidou o chefe de Estado de "irresponsável" e apelou a que se mantenha isolado a partir de agora.

"O Presidente Jair Bolsonaro descuidou da sua saúde, boicotou o uso de máscara e o isolamento social. Foi irresponsável com ele e com os outros. Está com o coronavírus e certamente contaminou muitos outros. Agora o mínimo que tem de fazer é ficar isolado até que se cure. Seja responsável, Presidente", apelou a deputada federal pelo Partido Social liberal (PSL), antiga formação política de Bolsonaro.

Outro dos adversários de Bolsonaro nas presidenciais de 2018 que criticou a postura do Presidente ao longo da pandemia foi Guilherme Boulos (PSOL-Partido Socialismo e Liberdade), afirmando hoje que a maioria dos infetados pelo novo coronavírus não poderá tratar-se em hospitais de luxo.

"Bolsonaro levou o Sistema Único de Saúde à beira do colapso durante a pandemia. Desmontou o Ministério da Saúde e investiu no Gabinete do Ódio (disseminação de notícias falsas). Ao contrário dele, a maior parte da população não tem a opção de recorrer a uma suíte 'VIP' em algum hospital de luxo", criticou Boulos no Twitter.

O Presidente do Brasil disse hoje que está infetado com o novo coronavírus, um dia depois de relatar sintomas e realizar um teste num hospital Militar, em Brasília.

"Todo o mundo sabia que mais cedo ou mais tarde [o vírus] ia atingir uma parte considerável da população (...) Eu, se não tivesse feito o exame, não saberia do resultado. E ele acabou de dar positivo", declarou o Presidente brasileiro.

O mandatário brasileiro declarou que tomou, na segunda-feira, uma dose de hidroxicloroquina, substância polémica usada no Brasil no tratamento da covid-19, embora a sua eficácia não tenha sido comprovada por estudos e pesquisas científicas.

Jair Bolsonaro, um dos líderes mais céticos em relação à gravidade da atual pandemia, tem suscitado duras críticas por se opor ao isolamento social para combater a propagação da covid-19, doença que chegou a classificar de "gripezinha".

Embora o Presidente brasileiro considere a doença menos letal do que a maioria dos especialistas e diga que poucos terão sintomas mais preocupantes se forem infetados pela doença, o Brasil é dos países mais atingidos no mundo pela covid-19, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,62 milhões de casos e 65.487 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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