O dirigente sueco falava à imprensa depois de se reunir com o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, que frisou por seu turno a necessidade de todos os Estados-membros da UE terem de fazer concessões para que o consenso seja alcançado.
Os líderes da UE vão reunir-se em cimeira na sexta-feira e no sábado para tentar chegar a acordo sobre o orçamento da UE para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação económica pós-pandemia que lhe está associado.
A Suécia, um dos chamados "países frugais" (Áustria, holanda, Dinamarca e Suécia), não concorda que dois terços do fundo de recuperação, de um montante global de 750 mil milhões de euros, sejam canalizados para os Estados-membros através de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo.
Espanha, como Portugal, defende as proporções propostas pela Comissão Europeia: 500 mil milhões através de subvenções, 250 mil milhões através de empréstimos.
"Não queremos que isto se arraste demasiado tempo, por isso precisamos de trabalhar duramente, ser construtivos e negociar. Não sei sé possível ou não, mas não podemos ter outro objetivo que não seja chegar a acordo", disse Stefan Lövfen numa conferência de imprensa conjunta em Harpsund, a residência oficial de verão, cerca de 100 quilómetros a oeste de Estocolmo.
"O volume das subvenções, é nisso que divergimos", insistiu contudo.
Questionado sobre se admite usar o "veto", dado que o acordo tem de ser aprovado consensualmente pelos 27, o primeiro-ministro sueco sublinhou que quer ser construtivo.
"Não se entra numa negociação com essa atitude, entra-se numa negociação para encontrar uma solução [...] e não para encontrar uma maneira de dizer não", afirmou.
Nos outros frugais, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, social-democrata como Löfven, disse no princípio de julho que não pretende usar o direito de veto, mas o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse na terça-feira no parlamento holandês que se reserva o direito de veto contra qualquer acordo que permita aos países receberem subvenções sem serem obrigados a fazer reformas.
Pedro Sánchez, cujo país é um dos mais afetados pela pandemia de covid-19, defendeu por seu turno a necessidade de concessões.
"Estamos obrigados a chegar a um acordo em julho", disse, frisando que a base do projeto europeu "são acordos e não vetos".
"Evidentemente, todos teremos que fazer renúncias para poder chegar a acordo, porque o importante é darmos uma resposta comum", acrescentou.