"Todos temos de nos afastar do ciclo de denúncias sobre violações do cessar-fogo e criar um sistema internacional de supervisão credível do cumprimento do fim das hostilidades", estabelecido em 1994, assinalou o chefe de Governo, no Ministério da Defesa, onde se deslocou para avaliar, com as cúpulas militares, a situação na fronteira com o Azerbaijão.
Já na sexta-feira, Pashinyan tinha frisado que o conflito não pode ser resolvido pela via militar, mas sim negocial, defendendo que continuem as negociações entre os dois países, no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Ambas as partes têm reclamado sobre a real disponibilidade, de uma e outra, para iniciar um diálogo sério e construtivo.
A Arménia responsabiliza o Azerbaijão pelo ressurgimento de tensões, depois de, no dia 12, ter, segundo o portal de informação Armenian News, atacado as forças armadas arménias no posto fronteiriço de Anvakh e quatro aldeias da região de Tavush, causando danos materiais e patrimoniais.
Desde o passado domingo que se registam confrontos entre os exércitos dos dois países, na fronteira comum, ameaçando reacender o confito do antigo espaço soviético.
As duas nações do Cáucaso responsabilizam-se mutuamente pelos ataques armados, que já causaram a morte a 15 soldados e um civil.
As forças armadas dos dois países dão conta de uma acalmia da situação desde sexta-feira.
Ao contrário de anteriores violações da trégua, desta vez os confrontos entre as partes não estão a acontecer na região disputada de Nagorno-Karabak, mas antes na fronteira norte entre os dois Estados, longe do disputado território, numa escalada rara do conflito.
Os dois países vizinhos do sul do Cáucaso estão há anos envolvidos num conflito em Nagorno-Karabakh, enclave de maioria arménia, integrado no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, em 1921, e que proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia, fazendo eclodir uma guerra que provocou 30 mil mortos.
Os esforços internacionais para resolver o conflito têm sido em vão.
As forças dos dois países envolvem-se frequentemente em confrontos, mas os atuais aparentam marcar o pico mais sério das hostilidades desde 2016, quando dezenas de pessoas foram mortas em quatro dias de combates.