"Temos de evitar o efeito bola de neve antes que provoque uma nova avalanche", advertiu um porta-voz da entidade, Boudewijn Catry.
Entre os dias 12 e 18 de julho, o número de novas infeções pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) na Bélgica aumentou 89%, com uma média diária de 184 novos casos diagnosticados, contra os 98 que eram verificados na semana anterior.
"São pessoas mais jovens, entre os 20 e os 59 anos, que foram infetadas durante festas ou em aglomerados com outras pessoas", precisou o mesmo porta-voz, numa referência aos novos casos diagnosticados no território belga.
"Os mais velhos não são os mais afetados e devemos continuar a protegê-los", reforçou.
Na terça-feira, 178 doentes com covid-19 estavam hospitalizados na Bélgica, dos quais 35 encontram-se em unidades de cuidados intensivos.
"Atualmente, este aumento está a acelerar de dia para dia, apesar das medidas que foram colocadas em prática", alertaram os peritos do Centro Nacional de Crise.
A Bélgica contabiliza, desde o início da pandemia, um total de 64.258 casos de infeção pelo novo coronavírus e 9.805 vítimas mortais, segundo dados oficiais hoje divulgados.
Uma reunião do Comité de Segurança Nacional belga está convocada para quinta-feira para analisar a aplicação de eventuais novas medidas e para avaliar a possibilidade de fortalecer outras a nível nacional.
"Os comportamentos inapropriados podem desencadear uma potencial nova vaga de contaminações", avisou outro porta-voz do Centro Nacional de Crise belga, Antoine Iseux.
"Isto poderá levar à adoção de medidas restritivas, como aconteceu em março e abril", reforçou o mesmo porta-voz.
Por sua vez, Boudewijn Catry declarou que este aumento de casos era algo de expectável, insistindo que a Bélgica ainda pode "mudar o rumo das coisas", mas "é necessário agir rapidamente".
A Bélgica consta entre os países mais atingidos pela atual pandemia, uma vez que é o país do mundo que lidera a escala de mortes por covid-19 per capita, com 85 vítimas mortais a cada 100 mil habitantes.
A contabilização das vítimas mortais feita pelas autoridades belgas inclui também óbitos possivelmente ligados (sem a realização de testes) ao novo coronavírus.
Desde que o novo coronavírus foi detetado na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse (AFP)