"O encerramento dos campos é uma ideia conjunta" do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e do Governo do Níger que "foi acelerada no ano passado, com a deterioração da situação de segurança", afirmou Benoît Moreno, funcionário do ACNUR em Niamey, citado pela agência France-Presse.
Segundo o responsável, para "o Governo nigerino, os campos não são uma solução, na medida em que existem serviços paralelos" e os campos "isolam as pessoas".
A decisão hoje anunciada resulta no encerramento dos campos de Tabarey Barey e Mangaizé, onde vivem 15 mil malianos que abandonaram o seu país devido à violência no Mali desde 2012.
Segundo Moreno, os moradores já foram transferidos para as cidades ocidentais de Ayorou e Ouallam.
O responsável acrescentou que o ACNUR vai trabalhar "para acompanhar os refugiados" de modo a que estes possam "integrar-se [com a população local] até poderem regressar ao Mali".
"O campo Tabarey Barey e o campo Mangaizé já foram abandonados e as suas infraestruturas foram oficialmente entregues ao Governo do Níger pelo ACNUR", apontou um funcionário do Ministério do Interior à estação de rádio pública.
Para "facilitar a integração" serão construídas casas para refugiados e habitantes em situação vilnerável.
Entre 2014 e 2016, Tabarey Barey e Mangaizé sofreram vários ataques por grupos 'jihadistas' que provocaram uma dezena de mortes, incluindo refugiados e membros das forças de segurança nigerinas.
De acordo com as Nações Unidas, o Níger abriga perto de 60 mil refugiados malianos que fugiram do norte do Mali em março e abril de 2012, após a tomada do controlo da região por grupos 'jihadistas'.
À semelhança do país vizinho, também o Níger enfrenta ataques no leste do seu país por 'jihadistas' do grupo Boko Haram.