Nyusi pede coragem e firmeza na proteção do Acordo de Paz e Reconciliação

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje ao país para ser "forte e corajoso" na defesa do Acordo de Paz e Reconciliação assinado há um ano entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

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Lusa
06/08/2020 09:34 ‧ 06/08/2020 por Lusa

Mundo

Moçambique

"O desafio que hoje enfrentamos é mantermo-nos fortes e corajosos no caminho da paz e reconciliação, sem quaisquer hesitações nem pausas", refere uma mensagem de Filipe Nyusi, por ocasião do primeiro aniversário do acordo de paz.

Nyusi avançou que o seu Governo está comprometido com o cumprimento das obrigações que assumiu no âmbito do pacto de paz com a Renamo.

"Como Governo de Moçambique, queremos reafirmar que o nosso compromisso de trabalhar para a paz definitiva e duradoura no nosso país é permanente e continuará a ser o nosso modo de vida", lê-se no discurso.

O entendimento entre o Governo e a Renamo, prosseguiu, traduz o empenho do povo em enterrar definitivamente a confrontação armada e a violência.

Os moçambicanos têm demonstrado que estão apostados em acabar com os efeitos nefastos e horrores da guerra, destacou.

O chefe de Estado assinalou que o acordo permitiu que até ao momento fossem desmobilizados mais de 500 antigos guerrilheiros da Renamo - da meta de pouco mais de 5.000- no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), o que mostra os progressos alcançados na implementação do entendimento.

"Os antigos guerrilheiros exprimiram a sua satisfação pela sua reinserção social, estando desejosos em abraçar novas formas de vida e conviver pacificamente com os seus vizinhos", frisou Nyusi.

O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional está a ser contestado pela autointitulada Junta Militar da Renamo, uma dissidência armada da guerrilha do principal partido da oposição.

A junta, que exige o afastamento do líder da Renamo, Ossufo Momade, tem protagonizado ataques contra alvos civis e das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em alguns distritos e troços de estrada na região centro de Moçambique.

O referido acordo é o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, que pôs termo a 16 anos de guerra civil à escala nacional.

Os dois acordos resultaram de confrontos entre as forças governamentais e a guerrilha da Renamo na sequência da contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.

Além da instabilidade no centro, Moçambique está a braços com ataques armados no norte do país, alguns dos quais reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).

 

 

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