"O desafio que hoje enfrentamos é mantermo-nos fortes e corajosos no caminho da paz e reconciliação, sem quaisquer hesitações nem pausas", refere uma mensagem de Filipe Nyusi, por ocasião do primeiro aniversário do acordo de paz.
Nyusi avançou que o seu Governo está comprometido com o cumprimento das obrigações que assumiu no âmbito do pacto de paz com a Renamo.
"Como Governo de Moçambique, queremos reafirmar que o nosso compromisso de trabalhar para a paz definitiva e duradoura no nosso país é permanente e continuará a ser o nosso modo de vida", lê-se no discurso.
O entendimento entre o Governo e a Renamo, prosseguiu, traduz o empenho do povo em enterrar definitivamente a confrontação armada e a violência.
Os moçambicanos têm demonstrado que estão apostados em acabar com os efeitos nefastos e horrores da guerra, destacou.
O chefe de Estado assinalou que o acordo permitiu que até ao momento fossem desmobilizados mais de 500 antigos guerrilheiros da Renamo - da meta de pouco mais de 5.000- no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), o que mostra os progressos alcançados na implementação do entendimento.
"Os antigos guerrilheiros exprimiram a sua satisfação pela sua reinserção social, estando desejosos em abraçar novas formas de vida e conviver pacificamente com os seus vizinhos", frisou Nyusi.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional está a ser contestado pela autointitulada Junta Militar da Renamo, uma dissidência armada da guerrilha do principal partido da oposição.
A junta, que exige o afastamento do líder da Renamo, Ossufo Momade, tem protagonizado ataques contra alvos civis e das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em alguns distritos e troços de estrada na região centro de Moçambique.
O referido acordo é o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, que pôs termo a 16 anos de guerra civil à escala nacional.
Os dois acordos resultaram de confrontos entre as forças governamentais e a guerrilha da Renamo na sequência da contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.
Além da instabilidade no centro, Moçambique está a braços com ataques armados no norte do país, alguns dos quais reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).