Os confrontos começaram com a polícia a lançar granadas de gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes atiravam pedras e tentavam chegar em frente ao Parlamento, no centro de Beirute, local para onde foi convocada a manifestação a exigir responsabilidade da classe política, uma vez que acreditam ter sido responsável pela explosão de terça-feira, no porto de Beirute.
Entretanto, milhares de pessoas invadiram a praça principal de Beirute e penduraram laços simbólicos onde dizem que as autoridades deveriam ter sido enforcadas durante a explosão desta semana.
A violência provocada por um pequeno grupo de jovens começou no início de protestos antigovernamentais, organizados após a explosão no porto de Beirute que devastou grande parte da capital.
Dois dias após uma visita histórica do Presidente francês, Emmanuel Macron, a atividade diplomática intensificou-se em Beirute para organizar apoio internacional ao país atingido, na véspera de uma conferência de doadores, este domingo.
Beirute acordou pelo quarto dia consecutivo com o som de vidros partidos recolhidos das ruas pelos moradores e um exército de voluntários, equipado com vassouras, mobilizado desde a primeira hora.
A explosão no porto na terça-feira, cujas circunstâncias ainda não estão esclarecidas, foi supostamente causada por um incêndio que afetou um enorme depósito de nitrato de amónio, uma substância química perigosa.
O desastre deixou, pelos menos, 154 mortos e mais de 5.000 feridos, dos quais, pelos menos, 120 estão em estado crítico, de acordo com o Ministério da Saúde libanês, além de quase 300.000 desalojados.
A explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas no porto, aparentemente provocada por um incêndio, foi a maior da história do Líbano e causou danos estimados entre 10 a 15 bilhões de dólares americanos, segundo o governador de Beirute.
A embaixada da Síria anunciou hoje que 43 dos seus cidadãos estavam entre as vítimas.
A Holanda anunciou que a mulher do embaixador holandês no Líbano, Jan Waltmans, morreu na sequência de ferimentos.
Mais de 60 pessoas continuam desaparecidas, enquanto a esperança de localizar sobreviventes diminui.