Face a mais uma demissão, e dado que o Governo libanês, liderado por Hassan Diab, se reúne hoje à tarde em Beirute, há indicações oficiosas de que o executivo poderá cair, na sequência das acusações de corrupção que levaram a uma crise económica sem precedentes, à má gestão da pandemia de covid-19 e às explosões que mataram pelo menos 158 pessoas e feriram cerca de 6.000.
Segundo a Constituição libanesa, a demissão de sete ministros implica a queda do Governo.
Hoje de manhã, a ministra da Justiça libanesa, Marie-Claude Najm, apresentou também a demissão do Governo.
Domingo, de manhã, a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, e, à tarde, o do Ambiente e do Desenvolvimento Administrativo, Damiamos Kattar, apresentaram igualmente a demissão do executivo libanês, com base nas mesmas premissas.
Manal Abdel Samad, num breve discurso transmitido pela televisão local, pediu desculpas aos libaneses pelo "enorme desastre" em Beirute.
"Peço desculpas aos libaneses, não correspondemos às vossas expectativas", afirmou, justificando a decisão com a falha do governo em fazer as reformas necessárias e com as explosões que abalaram a capital do Líbano.
"Face à enorme catástrofe [...] e [...] a um regime estéril que desperdiçou numerosas oportunidades, [...] decidi apresentar a demissão do Governo", indicou, por seu lado, Damiamos Kattar.
"Neste momento de dor que une todos os libaneses, vejo uma esperança na capacidade dos jovens em progredir para um novo Líbano que responda às suas aspirações e aos seus sonhos", acrescentou o agora ex-ministro.
Além dos três ministros, pelo menos nove deputados do Parlamento libanês também apresentaram a demissão.