Pompeo manifesta "profunda preocupação" com detenção de Jimmy Lai

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, manifestou hoje a sua "profunda preocupação" pela detenção em Hong Kong do magnata da imprensa Jimmy Lai, uma das principais figuras do movimento pró-démocracia do território semi-autónomo.

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Lusa
10/08/2020 17:48 ‧ 10/08/2020 por Lusa

Mundo

Hong Kong

A detenção é uma "prova suplementar de que o Partido Comunista Chinês destruiu as liberdades de Hong Kong e os direitos do seu povo", escreveu Pompeo na rede social Twitter.

Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine.

A polícia de Hong Kong fez hoje buscas ao grupo de comunicação social Next Media, considerado pró-democracia, pouco depois da detenção do proprietário, ao abrigo da lei de segurança nacional.

Dezenas de agentes das forças de segurança entraram na sede do grupo ao final da manhã em Hong Kong, situada numa zona industrial, com os jornalistas do jornal Apple Daily a difundir em direto as imagens das buscas policiais, na rede social Facebook.

Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como "um traidor", que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China.

Além de Jimmy Lai, a polícia de Hong Kong deteve também hoje outra figura de proa do movimento pró-democracia em Hong Kong, a ativista Agnes Chow, juntamente com outras nove pessoas, no âmbito da nova lei da segurança, imposta em junho por Pequim no território semiautónomo.

A lei da segurança nacional criminaliza atos secessionistas, subversivos e terroristas, bem como o conluio com forças estrangeiras para intervir nos assuntos da cidade.

O documento entrou em vigor em 30 de junho, após repetidas advertências do Governo de Pequim contra a dissidência em Hong Kong, abalado em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

Hong Kong regressou à soberania da China em 1997, com um acordo que garante ao território 50 anos de autonomia a nível executivo, legislativo e judicial, bem como liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas", também aplicado em Macau, sob administração chinesa desde 1999.

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