As forças policiais, que isolaram a praça da Independência, numa zona central de Minsk, procedeu à detenção quer de manifestantes que estavam a pé, quer aqueles que se deslocavam de bicicleta, segundo noticiam meios de comunicação locais.
Em alguns casos, as forças de intervenção utilizaram cassetetes para controlar os manifestantes, a sua maioria jovens, noticia a agência EFE.
A imprensa local disse ainda que no centro da capital ocorreram também confrontos entre os manifestantes e a polícia, numa zona onde diversos comércios e centros comerciais fecharam portas.
A polícia utilizou balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, e os órgãos de comunicação locais registaram a presença de atiradores furtivos nos telhados de alguns edifícios.
Vários jornalistas também foram presos, quer locais quer estrangeiros, como foi o caso de um repórter do canal russo RT.
Próximo do obelisco de Minsk, um dos centros nevrálgicos dos protestos pós-eleitorais, não se encontra praticamente nenhum manifestante, já que a polícia isolou o local e instalou camiões com mangueiras de água nas suas imediações.
Os protestos também aconteceram em outras cidades da Bielorrússia, como Brest e Grodno, onde cerca de 20 jovens foram detidos e levados para as esquadras em veículos policiais.
A candidata da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaia, rejeitou os resultados oficiais das presidenciais de domingo e pediu ao Presidente, considerado o vencedor, que ceda os comandos do país.
A política incentivou ainda os bielorrussos que "acreditam que o seu voto foi roubado" a "não ficarem calados".
Após ter pedido aos bielorrussos no domingo à noite para "terminarem com a violência", Svetlana Tikhanovskaia pediu hoje às autoridades para não utilizarem a força contra os cidadãos.
Os porta-vozes da líder da oposição descartaram a sua participação nos protestos, com o objetivo de evitar "provocações".
O Ministério do Interior assinalou cerca de 3 mil detenções na madrugada de domingo para segunda-feira durante os protestos, e instaurou mais de 20 processos penais por agressões a forças de segurança.
As autoridades bielorrussas anunciaram hoje oficialmente a vitória, com 80,23% dos votos, de Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder e reeleito para um sexto mandato, após uma eleição presidencial marcada por fortes suspeitas de irregularidades.