A aluna que, na semana passada, publicou nas redes sociais uma fotografia de um corredor da sua escola secundária, que ilustrava a violação das medidas de contenção de propagação da Covid-19, tem recebido ameaças, depois de, inicialmente, ter sido suspensa pela instituição escolar.
Hannah Watters frequenta a escola secundária North Paulding, no estado norte-americano da Georgia, e publicou a fotografia por perceber que ela e os seus colegas estavam a ser colocados em risco. As aulas tinham recomeçado no dia 3 de agosto e a maior parte dos alunos não estava a ser obrigado a usar máscara, sem sequer serem acautelas medidas de distanciamento.
A jovem, que tirou a imagem na quinta-feira da semana passada, disse à CNN que estava preocupada não só pelos colegas, mas pela comunidade, porque toda a gente regressa a casa para as suas famílias. A imagem tornou-se viral e chamou atenção para a escola.
Hannah foi, inicialmente, suspensa pela escola, pouco depois de publicar a imagem. Na sexta-feira, porém, a suspensão foi revertida e o diretor da escola garantiu à mãe da aluna que esta não iria ser suspensa e que não iria constar qualquer suspensão no seu historial escolar.
No domingo, nove alunos da instituição obtiveram resultado positivo para o novo coronavírus, precipitando o encerramento da escola durante dois dias, nos quais vários alunos foram testados. "Estivemos na escola só três dias e o facto de aparecerem logo nove casos, no final da semana, é preocupante porque não sabemos quantas pessoas estiveram em contacto com aqueles nove alunos", disse Hannah, à mesma publicação.
Hannah Watters, the Georgia student who shared the photo of crowded hallways at Paulding High School, says she's been receiving threats.https://t.co/catNMNEvI7 pic.twitter.com/olsvxoV6hY
— Amir Vera (@TheAmirVera) August 10, 2020
Ainda assim, nem toda a gente gostou da chamada de atenção da aluna. Em declarações à CNN, esta semana, a jovem explicou que tanto ela como os amigos e a família têm recebido capturas de ecrã de conversas de grupo, em redes sociais, onde lhe são feitas ameaças indiretas. "Uma mensagem dizia 'eu sei onde ela mora', outras diziam 'vamos bater em todas as raparigas chamadas Hannah do 10.º ano' ou 'a Hannah vai ter um dia complicado na escola, na segunda-feira'".
A aluna afirma que compreende que as pessoas estejam chateadas, mas explica que partilhou a fotografia porque sentiu que era "o correto a fazer".