Vacina russa só foi testada em 38 pessoas e tem efeitos secundários

A vacina russa contra a Covid-19 vai começar a ser fabricada em setembro e já foi encomendada por 20 países.

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Notícias Ao Minuto
12/08/2020 08:54 ‧ 12/08/2020 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Covid-19

Chama-se 'Sputnik V' e, segundo anunciou o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira, é a primeira vacina do mundo registada contra o novo coronavírus. De acordo com o chefe de Estado, é "eficaz" e superou todas as provas necessárias assim como permite uma "imunidade estável" face à Covid-19.

No entanto, segundo documentos oficiais divulgados pela agência de notícias Fotanka, a vacina foi aprovada após ter sido testada em apenas 38 pessoas e causa efeitos secundários que incluem dores, febre e inchaço. Terá ainda sido registada depois de apenas 42 dias de investigação e a sua eficácia é desconhecida.

E no 42.º dia, 31 dos efeitos secundários observados nos pacientes ainda continuavam, entre eles, inchaço, dor, hipertermia e comichão no local da injeção. Em geral, os pacientes queixavam-se também de cansaço físico e falta de energia, febre, falta de apetite, dores de cabeça, diarreia, congestão nasal e garganta dorida.

Um dos documentos submetido para o registo diz que "não foram conduzidos estudos clínicos para estudar a eficácia epidemiológica", apesar de Putin ter alegado que "passou todos os testes necessários".

A Rússia fez da corrida pela descoberta de uma vacina uma questão de orgulho nacional, chamando-lhe 'Sputnik V' em honra do satélite soviético, o primeiro aparelho espacial a ser lançado para a órbita do planeta Terra e criando receio de que a segurança tenha sido comprometida em prol da imagem do país.

Estas revelações surgem após uma onda de críticas da parte de cientistas devido à rapidez com que foi registada, sem ter passado ainda os testes de Fase 3.  Essa fase por norma demora vários meses, envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia registou a primeira vacina do mundo contra a Covid-19, sublinhando que deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão definidos.

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