Comitiva brasileira parte com 6 toneladas de bens para o Líbano

Uma comitiva liderada pelo ex-presidente brasileiro Michel Temer partiu hoje rumo à Beirute com seis toneladas de alimentos e material hospitalar enviados pelo Brasil ao Líbano cuja capital foi devastada por uma enorme explosão no início de agosto.

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Lusa
12/08/2020 15:37 ‧ 12/08/2020 por Lusa

Mundo

Beirute

Os materiais carregados numa aeronave KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB) foram doados pelo Ministério da Saúde brasileiro e pela comunidade libanesa no Brasil, onde vivem cerca de 10 milhões de libaneses e descendentes, segundo dados da Agência Senado.

Outro avião da FAB, o Embraer 190, levou os membros da comitiva, entre eles Temer, que é filho de libaneses e chefia a missão humanitária, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Viana Rocha, os senadores Nelson Trad Filho e Luiz Pastore e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

As duas aeronaves partiram de São Paulo e devem fazer uma paragem em Fortaleza, no Ceará, onde será realizado o primeiro intervalo técnico. Na sequência, elas seguem para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, e prosseguem para Valência, na Espanha. Só então seguem para Beirute, com chegada prevista na tarde de quinta-feira (13).

A cerimónia de despedida da comitiva contou com a presença do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que viajou de Brasília para São Paulo para acompanhar o envio da ajuda humanitária.

"Esse ato simbólico, mas que vem do fundo do coração de todo povo brasileiro nos honra. O mundo atravessa uma pandemia, todos nós sofremos por isso. Quis o destino, lamentavelmente, que os nossos irmãos do Líbano fossem acometidos também por esse desastre. O que nós podemos oferecer, em grande parte, vindo da comunidade libanesa é do coração", afirmou Bolsonaro antes do embarque da missão.

Já o ex-presidente Michel Temer, que é investigado por corrupção pela Operação Lava Jato e precisou de autorização judicial para viajar, fez um breve discurso no qual agradeceu Bolsonaro por indicá-lo para chefiar a missão e frisou ter convicção de que a comitiva será bem recebida no Líbano.

"Lá nós seremos muito bem recebidos e todos lá desejosos de que o Brasil possa exercitar não apenas essa função humanitária, mas, tendo em vista os vínculos tradicionais entre ambos os países, que também possa ajudar a solucionar os embates políticos, com autorização, naturalmente, das autoridades libanesas, mas que possamos dar a nossa colaboração para a pacificação interna daquele país", declarou Temer.

A 04 deste mês, a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas há seis anos no porto de Beirute arrasou vários bairros da capital e provocou 171 mortes e mais de 6.000 feridos, deixando ainda mais de 300.000 pessoas sem casa.

 

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