Os materiais carregados numa aeronave KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB) foram doados pelo Ministério da Saúde brasileiro e pela comunidade libanesa no Brasil, onde vivem cerca de 10 milhões de libaneses e descendentes, segundo dados da Agência Senado.
Outro avião da FAB, o Embraer 190, levou os membros da comitiva, entre eles Temer, que é filho de libaneses e chefia a missão humanitária, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Viana Rocha, os senadores Nelson Trad Filho e Luiz Pastore e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
As duas aeronaves partiram de São Paulo e devem fazer uma paragem em Fortaleza, no Ceará, onde será realizado o primeiro intervalo técnico. Na sequência, elas seguem para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, e prosseguem para Valência, na Espanha. Só então seguem para Beirute, com chegada prevista na tarde de quinta-feira (13).
A cerimónia de despedida da comitiva contou com a presença do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que viajou de Brasília para São Paulo para acompanhar o envio da ajuda humanitária.
"Esse ato simbólico, mas que vem do fundo do coração de todo povo brasileiro nos honra. O mundo atravessa uma pandemia, todos nós sofremos por isso. Quis o destino, lamentavelmente, que os nossos irmãos do Líbano fossem acometidos também por esse desastre. O que nós podemos oferecer, em grande parte, vindo da comunidade libanesa é do coração", afirmou Bolsonaro antes do embarque da missão.
Já o ex-presidente Michel Temer, que é investigado por corrupção pela Operação Lava Jato e precisou de autorização judicial para viajar, fez um breve discurso no qual agradeceu Bolsonaro por indicá-lo para chefiar a missão e frisou ter convicção de que a comitiva será bem recebida no Líbano.
"Lá nós seremos muito bem recebidos e todos lá desejosos de que o Brasil possa exercitar não apenas essa função humanitária, mas, tendo em vista os vínculos tradicionais entre ambos os países, que também possa ajudar a solucionar os embates políticos, com autorização, naturalmente, das autoridades libanesas, mas que possamos dar a nossa colaboração para a pacificação interna daquele país", declarou Temer.
A 04 deste mês, a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas há seis anos no porto de Beirute arrasou vários bairros da capital e provocou 171 mortes e mais de 6.000 feridos, deixando ainda mais de 300.000 pessoas sem casa.