Numa declaração divulgada hoje sobre o Direito Internacional do Ciberespaço, as Forças Armadas do Irão indicaram que "farão arrepender-se" qualquer país, grupo ou indivíduo que ameace o país com ataques cibernéticos.
"Se tais operações afetarem as infraestruturas vitais do país, sejam propriedade do Estado ou do setor privado, incluindo as ligadas à defesa, violarão o princípio do uso da força", lê-se na nota, segundo a qual se os ciberataques causarem danos, tal equivale ao "uso da força".
Nesse sentido, as Forças Armadas iranianas "reservar-se-ão ao direito próprio de se defenderem" se a intensidade do ciberataque a infraestruturas vitais do Irão atingir um "patamar de um ataque armado convencional".
As Forças Armadas iranianas, porém, garantem que não iniciarão qualquer conflito no ciberespaço nem num espaço físico.
As advertências surgem depois de, entre junho e julho, se ter registado uma série de explosões e de incêndios em instalações vitais do país, como a base militar de Parchin, uma petroquímica e uma fábrica de produção de energia elétrica.
Entre esses exemplos figura o incidente ocorrido no complexo nuclear de Natanz, que provocou atrasos no programa de desenvolvimento de centrifugadoras avançadas que o Irão pôs em funcionamento, deixando de cumprir o pacto nuclear de 2015, entretanto abandonado pelos Estados Unidos.
Teerão já admitiu que os ciberataques vinculados a "governos hostis" são frequentes e que, nos últimos meses, se tenham registado vários de grande dimensão, mas atribui a maioria deles a acidentes ou nega avançar pormenores "por razões de segurança".
A 23 de julho, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano referiu que os Estados Unidos são o principal suspeito de um qualquer ataque cibernético contra o Irão, embora os incidentes recentes possam ser atribuídos a Israel.