"Ao entrarmos numa nova fase na luta contra a pandemia (...), é tempo de um novo ministro das Finanças liderar o caminho", disse Morneau em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
"É por isso que me demito do cargo de ministro das Finanças e deputado", anunciou, após uma reunião com Trudeau.
Bill Morneau, que ocupava o cargo desde 2015, anunciou ainda que é candidato à liderança da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
As notícias de que Mark Carney, antigo governador do Banco do Canadá e do Banco de Inglaterra, estaria a aconselhar Trudeau durante a pandemia, alimentaram a especulação de que Morneau poderia ser substituído.
Na última semana, os meios de comunicação social canadianos noticiaram divergências profundas entre Morneau e o primeiro-ministro sobre como reanimar a economia do país, abalada pela pandemia de covid-19, sem pôr em risco as finanças públicas, numa altura em que o défice previsto é superior a 340 mil milhões de dólares (216 mil milhões de euros).
O ministro das Finanças é também objeto de uma investigação pelo Comissário de Ética sobre a sua relação com uma instituição de caridade que empregou a sua filha e à qual o governo adjudicou um importante contrato sem concurso público.
A investigação implica igualmente Justin Trudeau, já que vários elementos da sua família terão sido pagos pela instituição.
O Comissário Federal de Ética iniciou a investigação após o governo ter concedido à associação um importante contrato para gerir um programa de bolsas de estudo no valor de quase mil milhões de dólares, apesar dos laços familiares dos dois líderes com a associação.
O programa foi entretanto retirado da associação, sem pôr fim à controvérsia.