Lukasz Szumowski, médico cardiologista, era até hoje o principal responsável político pela gestão da pandemia provocada pelo novo coronavírus na Polónia, o que o tornou um dos membros mais populares do governo num país onde a taxa de infeção se tem mantido relativamente baixa.
Szumowski anunciou a demissão numa conferência de imprensa em Varsóvia, mas afirmou que se mantém como deputado: "Não vou desaparecer [...] continuo a ser deputado, vou manter-me no espaço público".
A demissão ocorre um dia depois de o seu adjunto, Janusz Cienszynsky, ter apresentado a demissão sem adiantar motivos.
Ela ocorre por outro lado depois de alegações nos 'media' de que a empresa de um irmão do ministro terá recebido milhões de fundos públicos durante a pandemia e de que o ministro terá autorizado a aquisição de equipamento de proteção a uma empresa de um amigo, nomeadamente 100.000 máscaras com defeito.
O ministro, membro do partido populista conservador Lei e Justiça (PiS, no poder), negou qualquer irregularidade e disse que tencionava demitir-se já antes da pandemia e que a decisão agora tomada "nada tem a ver" com as alegações.
Lukasz Szumowski assegurou que a sua gestão no Ministério da Saúde contribuiu para "evitar dezenas de milhares de mortes por coronavírus na Polónia" e que o Estado continua a ter os recursos necessários para enfrentar a pandemia.
A Polónia, que impôs fortes restrições no início da pandemia e registou um número de casos inferior ao da generalidade dos países vizinhos, totalizava hoje 57.876 casos e 1.896 mortes, com 597 casos e 11 mortes nas últimas 24 horas.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.