Três pescadores de Seattle, nos Estados Unidos, que foram poupados durante um surto que afetou o resto das pessoas que se encontravam a bordo, pode ajudar a perceber a ligação direta entre os anticorpos e a imunidade ao contágio.
Foram recolhidas amostras de sangue antes do barco ter saído do porto, em maio, que indicavam que três das 122 pessoas a bordo tinham elevados níveis de anticorpos neutralizantes e que teriam sido infetados mas que tinham recuperado, conta o Seattle Times.
Nenhum dos membros da equipa testou positivo para a Covid-19 e apesar de seis dos tripulantes terem testado para anticorpos relacionados com o novo coronavírus, só três eram neutralizantes.
Dezoito dias depois de terem partido, o navio regressou à costa depois de um dos membros da tripulação se ter sentido mal e ter tido de ir ao hospital. Os restantes pescadores foram monitorizados nos dias seguintes e 104 pessoas acabaram por testar positivo para o vírus. Sendo que nenhum dos três que continham os anticorpos neutralizantes demonstrou ter sintomas ou ficou infetado.
"É um forte indício de que a presença de anticorpos neutralizantes está associada à proteção contra o vírus", explicou Alex Greninger, um investigador e diretor assistente do Laboratório de Virologia da Universidade de Washington, o que considera ainda serem "notícias que trazem esperança".
Segundo o jornal, as análises estatísticas indicam que não será provavelmente uma coincidência que os três membros da tripulação não tenham ficado infetados. Mas o estudo de Greninger não explica como outras 15 pessoas dentro do barco também não contraíram a doença, apesar de não terem anticorpos. O investigador sugere que isso aconteceu porque o tipo de funções que desempenhavam evitou que se expusessem ao contágio.