Julian Assange, australiano de 49 anos, entregou-se à polícia no Reino Unido, estando atualmente a aguardar julgamento.
Assange foi processado pelos Estados Unidos por ter divulgado, desde 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas norte-americanas, em particular no Iraque e no Afeganistão.
"Pedimos uma reunião com Eric Dupond-Moretti para que relance o pedido de asilo ao Presidente, Emmanuel Macron, pedido que formulou em voz alta em fevereiro, quando se tornou advogado de Julian Assange", afirmou o responsável da associação Robin des Lois, François Korber.
A posição de Eric Dupond-Moretti foi defendida numa conferência de imprensa, realizada em conjunto com a organização Repórteres Sem Fronteiras, tendo o então advogado apelado a Emmanuel Macron para que França concedesse asilo político a Assange tendo em conta a sua "situação desesperada".
"Os 175 anos de prisão com que o ameaçam nos Estados Unidos são uma pena indigna, insuportável e contrária à ideia de que todos podemos ter direitos humanos", sublinhou Korber.
Em carta enviada ao novo ministro da Justiça francês, a associação Robin des Lois, que luta pela melhoria dos direitos dos detidos, retoma a proposta de Eric Dupond-Moretti e expressa "o desejo de que o Estado francês tome a iniciativa de oferecer asilo político a Julian Assange".
"A proposta de organizar uma reunião com a Robin des Lois será analisada", reagiu o Ministério da Justiça, questionado pela agência de notícias francesa AFP.
No entanto, acrescentou, o ministro "não pode interferir nos procedimentos de pedido de asilo, que são da responsabilidade de um organismo independente, o Ofpra", acrescentou.
Julian Assange enviou, em 2015, um pedido informal de asilo em França, numa longa carta aberta publicada pelo jornal Le Monde, mas o então Presidente, François Hollande, rejeitou o apelo.
O fundador do Wikileaks está atualmente na prisão de alta segurança Belmarsh, em Londres.
Preso em abril de 2019, passou sete anos recluso na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou depois de violar as suas condições de fiança e temendo uma extradição para os Estados Unidos.