Europa espera segunda vaga. Eis a situação atual em alguns países

Os casos diários de covid-19 estão a aumentar em muitos países europeus, num momento do regresso às aulas presenciais e próximo da mudança de estação, mas os governos preferem canalizar as esperanças numa vacina para não voltar ao confinamento.

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© REUTERS/Eric Gaillard

Lusa
07/09/2020 18:16 ‧ 07/09/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 889.498 mortos e infetou mais de 27,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A Europa sucedeu à China como centro da pandemia em fevereiro e nos dois meses a seguir muitos países decretaram medidas duras para travar a pandemia, incluindo o confinamento, que foram sendo aliviadas sobretudo nos meses de verão.

Esta é a situação atual em alguns países da Europa.

+++ Reino Unido +++

É o país europeu mais afetado em termos de mortes por covid-19 (41.551 mortes) e registou, nos últimos dias, um aumento do número de casos, com quase 3.000 no domingo, um aumento que o ministro da Saúde considerou "preocupante".

Os novos casos afetam em particular a população dos 17 aos 21 anos, e a evolução também é explicada pelo aumento de testes realizados.

Para se proteger, o Reino Unido impôs uma quarentena de 14 dias aos viajantes vindos de países que mostram um ressurgimento da contaminação.

O Governo britânico espera obter uma vacina contra o novo coronavírus no início do próximo ano, tendo assinado um contrato de 30 milhões de doses iniciais.

No total, o país totaliza 347.152 pessoas infetadas.

+++ Espanha +++

Já está a enfrentar uma "segunda vaga" da pandemia do novo coronavírus, segundo um estudo, que avança a possibilidade de as altas temperaturas e os costumes culturais que privilegiam as atividades ao ar livre serem responsáveis pelo ressurgimento.

Espanha registou desde sexta-feira até hoje 26.560 novos casos de covid-19, o que fez subir o número total de infetados para 525.549, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol, e o total de óbitos aumentou para 29.516.

Na segunda-feira, a comunidade de Madrid adotou novas restrições, limitando a atividade desportiva em instalações cobertas a grupos de 10 pessoas e a presença de espetadores nas competições a um máximo de 300 pessoas em recintos fechados e de 600 ao ar livre.

Espanha espera receber em dezembro três milhões de doses de vacina.

+++ França +++

Regista mais de 320.000 pessoas infetadas e já ultrapassou os 30.700 óbitos, continuando, segundo a Agência de Saúde Pública, a enfrentar uma subida da taxa de infeção e dos focos de contágio: 62 dos 101 departamentos do país encontram-se numa situação de vulnerabilidade moderada ou elevada.

Na sexta-feira, o país atingiu um recorde de quase 9.000 novos casos.

Na semana passada, pelo menos 22 escolas tiveram de ser encerradas, quatro dias depois do início do ano letivo, por terem sido detetados casos de covid-19.

+++ Itália +++

Desde o início da crise, em fevereiro, o país já contabilizou mais de 278 mil casos e, apesar de o número de novas infeções ter voltado a ultrapassar as mil nas últimas semanas, regista algumas descidas nos últimos dias. O número total de mortes já ultrapassou as 35.500.

A Itália espera ter os primeiros dois a três milhões de doses de vacina antes do final do ano, tendo-as destinado aos profissionais de saúde e às pessoas mais idosas, particularmente as que se encontram em lares.

O início das aulas está a ser preparado com a exigência de medidas de segurança, mas o ministro da Saúde admite que "o outono não será fácil", depois de um "verão para esquecer para o turismo".

+++ Alemanha +++

Com mais de 250 mil casos desde o início da pandemia, a Alemanha contabiliza quase 9.400 mortos, tendo as autoridades determinado que os grupos de maior risco atualmente são as pessoas com mais de 60 anos, as mulheres grávidas, os residentes de lares de idoso, os enfermeiros e os médicos.

A Comissão Permanente de Vacinação do Instituto Robert Koch admitiu temer uma escassez da vacina contra a gripe este outono, mas o ministro da Economia afirmou-se convicto de que conseguirá evitar uma nova fase de confinamento.

As medidas de restrição impostas para tentar conter a pandemia estão a provocar alguma tensão na Alemanha, onde cerca de 40.000 pessoas participaram no sábado numa manifestação apelando ao "fim de todas as restrições em vigor" contra a covid-19

+++ Grécia +++

Com um total de mais de 11.500 casos, a Grécia contabiliza menos de 300 mortes, mas as autoridades estão a intensificar as medidas de controlo e as multas para quem não usar máscara em espaços fechados ou não mantiver o distanciamento social.

O ano letivo deveria ter começado em todo o país no início de setembro, mas foi adiado para dia 14, para que sejam adotadas "medidas de higiene rigorosas", como explicou a ministra da Educação.

As máscaras serão obrigatórias para alunos e professores e distribuídas gratuitamente assim como uma garrafa de água a cada aluno.

As viagens escolares e seminários foram, no entanto, todos cancelados e o horário das creches e escolas primárias foi estendido para evitar que os avós cuidem das crianças à tarde, como é tradição grega.

+++ Croácia +++

O país registou, nos primeiros meses de pandemia, menos de 100 contaminações por dia, com uma significativa redução de casos a partir de meados de maio, mas os contágios aumentaram após a reabertura das fronteiras ao turismo, ultrapassando os 200 casos diários em agosto.

O país enfrentou, nos últimos dias, manifestações contra as medidas de combate à propagação da covid-19, que, segundo os manifestantes, atentam contra a liberdade e os direitos humanos.

O novo ano letivo começou na segunda-feira, tendo o país adotado diferentes esquemas para prevenir a propagação do coronavírus, que passam por distanciamento nas salas que o permitirem, mas também aulas presenciais apenas em dias alternados ou mesmo ensino a distância quando haja maior risco de contágio.

A Croácia registou até agora mais de 12 mil infeções e cerca de 200 mortes.

+++ Hungria +++

A Hungria registou na passada quinta-feira 459 novos casos do coronavírus, o maior número diário desde o início da pandemia de covid-19.

Apesar disso, flexibilizou, na semana passada, algumas das restrições em vigor, passando a permitir a entrada de visitantes estrangeiros desde que apresentem dois testes negativos feitos nos cinco dias anteriores. Podem entrar sem limitações pessoas com contrato de trabalho de mais de 30 dias e os que estejam integrados em "grandes eventos desportivos, culturais e religiosos.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, declarou como objetivo proteger os idosos, criar condições para o funcionamento das escolas e manter a economia a funcionar durante a segunda vaga da pandemia de covid-19.

+++ Suécia +++

Ao contrário de numerosos países europeus que assistem a um recrudescimento de novos casos de covid-19, estes estão a diminuir desde junho na Suécia, país que desde o inicio tem chamado a atenção pela sua estratégia face ao novo coronavírus.

Contrariamente ao resto da Europa, a Suécia não confinou a sua população e manteve abertos cafés, bares, restaurantes e outros negócios, pedindo a cada um que assumisse as suas responsabilidades.

Em Estocolmo são raras as pessoas que usam máscara, mesmo em espaços fechados como os supermercados, escritórios, autocarros e metropolitano, já que as autoridades de saúde consideram que o seu uso não é eficaz, preferindo insistir no respeito pelo distanciamento social e na higienização regular das mãos.

O país contabiliza mais de 5.800 mortos e de 84.000 casos e está entre os países mais afetados em relação à sua população (10,2 milhões).

+++ Portugal +++

Com cerca de 1.840 mortes e mais de 60.500 infetadas, o país volta ao estado de contingência a partir de dia 15, poucos dias antes do início do ano letivo em quase todas as escolas.

O primeiro-ministro afirmou, no entanto, não querer que o país volte ao confinamento, como aconteceu em março e abril, porque "do ponto de vista social e económico não é sustentável".

As autoridades identificaram vários surtos em lares de idosos, mas o maior número de infeções regista-se em pessoas com idades entre os 20 e os 59 anos.

 

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