Trump realiza comício em recinto fechado e violando (várias) regras

O Presidente dos Estados Unidos realizou no domingo um comício em recinto fechado, indignando as autoridades do estado do Nevada que advertiram para a possibilidade de violação das recomendações antiepidémicas.

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Lusa
14/09/2020 07:40 ‧ 14/09/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

A concentração, em Henderson, cidade do estado de Nevada (oeste), fez disparar as advertências das autoridades locais que lembraram à equipa do candidato republicano à Casa Branca Donald Trump que encontros com mais de 50 participantes não são autorizados devido ao novo coronavírus.

"A cidade de Henderson enviou uma carta formal e uma advertência verbal à organização do evento, na qual explicava que o evento, tal como programado, violava as diretivas de emergência relacionadas com a covid-19 do governador", declarou a porta-voz da cidade Kathleen Richards, em comunicado.

Trump aplaudiu, durante o comício em Henderson, nos arredores de Las Vegas, a sua própria gestão da pandemia, que causou já cerca de 195 mil mortos nos Estados Unidos, o número mais elevado do mundo.

"Fizemos um trabalho incrível, não obtivemos qualquer reconhecimento pelo trabalho que feito", disse Trump à multidão concentrada no local. Para o candidato republicano às presidenciais, a sua liderança "salvou milhões de vidas".

Na rede social Twitter, o governador do Estado, Steve Sisolak, escreveu: "esta noite, o Presidente Donald Trump realizou ações irrefletidas e egoístas, que põem incontáveis vidas em perigo, aqui no Nevada".

"Parece que o Presidente se esqueceu que o seu país está ainda, em pleno, no meio de uma pandemia mundial", sublinhou.

Donald Trump considerou Sisolak (democrata) de ser um "político amador" e pediu à multidão que peça ao "governador para abrir o estado".

A pandemia privou a campanha presidencial norte-americana dos comícios habituais, mas a menos de dois meses do escrutínio, Trump e o rival democrata Joe Biden aceleraram o ritmo das presenças públicas.

A equipa da campanha de Trump anunciou que iria medir a temperatura à entrada do encontro e que os participantes iam receber máscaras.

"Se é possível juntar-se a milhares de pessoas que se manifestam nas ruas, jogar num casino ou queimar pequenos comércios em distúrbios, é possível concentrar-se pacificamente, ao abrigo da 1.ª emenda, para ouvir o Presidente dos Estados Unidos", declarou aos jornalistas o diretor de comunicação da campanha de Donald Trump, Tim Murtaugh.

Em junho, Trump foi fortemente criticado por ter realizado em Tulsa, no estado de Oklahoma, um comício em recinto fechado, mais tarde suspeito de estar na origem de um surto de casos de covid-19.

A maioria dos participantes não respeitou o distanciamento social e recusou usar máscaras.

Os casos de covid-19 em Tulsa registaram um forte aumento nas semanas seguintes ao comício em Tulsa, e as autoridades sanitárias locais afirmaram ser "mais que provável" que grandes concentrações de pessoas tenham contribuído para a subida dos casos da doença causada pelo novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 921.097 mortos e mais de 28,8 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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