Brasil vai duplicar número de voluntários na fase III da vacina de Oxford

O Brasil vai duplicar, para 10.000, o número de voluntários na terceira fase de testes clínicos da vacina desenvolvida pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca e pela universidade britânica de Oxford, informou hoje o regulador de saúde brasileiro.

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Lusa
15/09/2020 23:31 ‧ 15/09/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

O organismo regulador também autorizou "a ampliação da faixa etária do teste da vacina para participantes maiores de 69 anos e a inclusão de dois novos estados nos testes de Oxford: Rio Grande do Norte (nordeste) e Rio Grande do Sul (sul)", na fronteira do Brasil com a Argentina e o Uruguai.

Os testes serão realizados no Centro de Pesquisa Clínica de Natal, capital do Rio Grande do Norte, e nas universidades federais de Santa Maria, na cidade homónima, e do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Os testes da vacina britânica foram retomados na segunda-feira após serem suspensos por uma semana no Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e África do Sul, países onde são realizados, devido a complicações apresentadas por um dos voluntários.

O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia da covid-19, ao lado dos Estados Unidos e da Índia, com mais de 4,3 milhões de casos confirmados e mais de 132 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde.

A Anvisa indicou que, nas iniciativas imunológicas, "são comuns os pedidos de ampliação do número de voluntários e outras alterações nos ensaios clínicos".

Essas alterações "estão relacionadas com o objetivo da investigação, que é produzir dados sólidos sobre o desempenho de cada produto e conhecer melhor os seus efeitos nos diferentes grupos populacionais", destacou.

Na semana passada, apontou o regulador, foi incluído um novo local de fabricação para o consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth Pfizer (Estados Unidos), que conta com mil voluntários.

Além da vacina britânica e do consórcio germano-americano, a Anvisa autorizou ensaios clínicos em voluntários de outros dois imunizantes: o desenvolvido pela multinacional norte-americana Johnson&Johnson (7.000 mil voluntários) e a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac (com 9.000).

Com os novos 5.000 voluntários anunciados hoje, um total de 27.000 pessoas participarão do desenvolvimento das quatro vacinas no Brasil.

Outra vacina, a única de origem sintética e que está a ser desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Covaxx e pela rede de laboratórios clínicos brasileiros Dasa, aguarda autorização para ser testada também no Brasil.

A Anvisa esclareceu ainda que a vacina russa Sputnik V, por ser totalmente desenvolvida fora do país, não terá voluntários no Brasil e a sua autorização para comercialização será dada com o "registo" que será concedido "após o cumprimento de todas as exigências".

No entanto, a Anvisa tem realizado "reuniões preliminares e antecipando uma possível procura futura" com o governo estadual do Paraná (sul), que estabeleceu um acordo com as autoridades sanitárias russas para a comercialização do antivírus.

Já o estado da Bahia (nordeste) também tem acordo com a Rússia para comercializar 50 milhões de doses desta vacina, contemplando uma futura produção da mesma, e outro similar com a estatal chinesa Sinopharm, para testar dois antivírus daquele laboratório que estão a ser desenvolvidos em Pequim e Wuhan.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

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