"A nossa casa comum está em desordem [...] As suas fundações estão desgastadas, as suas paredes racham-se por vezes sob os golpes dos que as construíram", disse Macron, sem nomear países, mas visando implicitamente os Estados Unidos de Donald Trump.
O Presidente francês falava numa mensagem vídeo transmitida na página internet da ONU, como cerca de 200 outros dirigentes mundiais convidados a participar numa cimeira virtual por ocasião dos 75 anos das Nações Unidas.
"Tabus que pensávamos invioláveis são levantados: a guerra da anexação, a utilização de armas químicas, a detenção em massa impune. Direitos que julgávamos adquiridos são desprezados no nossos sistema internacional que, prisioneiro das nossas rivalidades, já não tem força para sancionar estes abusos", criticou.
"No momento em que a pandemia alimenta o medo do declínio, a narrativa da impotência coletiva, quero dizê-lo aqui muito claramente: face à emergência sanitária, face ao desafio climático, face ao recuo dos direitos, é aqui e agora que temos de agir", insistiu, acrescentando "com aqueles que querem, com aqueles que podem, explorando todos os espaços possíveis de cooperação".
Emmanuel Macron disse "acreditar no multilateralismo das ações, mais que das palavras".