O conselheiro-adjunto regional da Saúde Pública, Antonio Zapatero, anunciou as medidas e insistiu para que todos os madrilenos, mesmo os que não estão dentro das 45 zonas sanitárias em que há restrições à circulação de pessoas, passem a "evitar todas as deslocações desnecessários".
A partir de segunda-feira, as atuais 37 zonas sanitárias na área metropolitana de Madrid passam a ser 45 com restrições à mobilidade dos cidadãos: não é permitida a entrada ou saída, exceto para ter acesso a bens essenciais ou ir trabalhar, a lotação nos espaços fechados é reduzida para 50% e os estabelecimentos comerciais e hoteleiros devem fechar às 22:00.
"Estas medidas têm uma base puramente técnica, procuram impedir a transmissão do vírus e, sobretudo, proteger os cidadãos", disse o conselheiro-adjunto regional numa conferência de imprensa.
O critério principal para implementar as medidas restritivas da mobilidade tem a ver com a existência de mais de 1.000 novos casos de covid-19 por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.
A Comunidade de Madrid, com 6,6 milhões de habitantes, é a mais atingida pela pandemia de covid-19 em Espanha, que tem cerca de 47 milhões de habitantes.
A região é a que regista mais casos positivos de covid-19 desde o início da pandemia, 210.768 num total nacional de 704.209, e também mais mortes, 9.190 em 31.118 (números de quinta-feira).
Entretanto, as autoridades regionais estão à espera que o Tribunal Superior de Justiça de Madrid ratifique as limitações à mobilidade aprovadas, para que as forças de ordem possam começar a sancionar aqueles que não cumpram com a nova regulamentação temporária.
O Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, advertiu na quinta-feira que "estão a chegar semanas difíceis" para a Comunidade de Madrid e instou as autoridades regionais a agir "com determinação" para assumir o controlo da pandemia.
O Governo central espanhol disponibilizou recursos à comunidade autónoma, que assim como todas as outras é competente em matéria sanitária, para que esta os possa acrescentar aos seus meios de combate à pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 978 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.931 em Portugal.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.902 mortos, mais de 416 mil casos), seguindo-se Itália (35.781 mortos, mais de 304 mil casos), França (31.511 mortos, mais de 497 mil casos) e Espanha (31.118 mortos, mais de 704 mil casos).