O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, após uma reunião do grupo covid-19 realizada esta tarde entre o Governo central e os responsáveis pela comunidade de Madrid, na qual foi alcançado um acordo de princípio sobre medidas restritivas.
As restrições serão aplicadas imediatamente aos municípios com incidência cumulativa de mais de 500 casos de infeção por 100 mil habitantes num período de 15 dias, positividade superior a 10% nos testes PCR e com índice de ocupação acima de 35% nas unidades de cuidados intensivos (UCI) ao nível regional.
O ministro manifestou-se satisfeito com o acordo alcançado com a comunidade de Madrid, que se estenderá ao resto das comunidades, embora tenha alertado que teria sido necessário agir "muito mais cedo" e com números de incidências "muito mais baixos".
Segundo fontes associadas à reunião citadas pela agência Efe, serão as comunidades autónomas a decidir sobre as eventuais restrições "levando em consideração os regulamentos e protocolos ao nível estatal".
As mesmas fontes especificaram que "a aplicação efetiva dos critérios" na comunidade de Madrid depende da sua aprovação na reunião do Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde espanhol, na quarta-feira.
As autoridades sanitárias de Espanha notificaram 9.906 novas infeções pelo novo coronavírus, das quais 2.586 são relativas às últimas 24 horas, elevando para 758.172 o total de infeções desde o início da pandemia, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
De acordo com a tutela, citada pela agência espanhola Efe, há mais 203 óbitos registados, aumentando para 31.614 o número total de mortos em Espanha.
O Governo central e executivo regional estavam até agora num braço de ferro sobre as medidas a implementar na capital espanhola, a mais atingida pela doença, para lutar contra a pandemia.
Em Espanha, as autoridades regionais têm competência exclusiva em matéria de saúde e o Governo central não tem o poder de lhes determinar as suas decisões em matéria de saúde.
No total, quase 15% dos habitantes da região de Madrid, que conta 6,6 milhões de pessoas, são afetados por medidas de luta contra a covid-19 que limitam a sua mobilidade.
O Governo central espanhol, de esquerda, considera estas medidas insuficientes, e pretende que a comunidade autónoma, dominada pela direita, tome medidas mais drásticas em toda a região.