O Reino Unido registou mais 59 mortes de pessoas infetadas pelo novo coronavírus, aumentando para 42.202 o total de óbitos associados à Covid-19, informaram esta quinta-feira as autoridades de Saúde britânicas, num registo diário que é inferior ao do dia anterior (71), mas que continua elevado, quando em agosto e início de setembro chegaram a estar abaixo dos dois dígitos.
No que diz respeito ao número casos de infeção confirmados, verifica-se uma descida em relação à véspera, com mais 6.914 pessoas com diagnóstico positivo (na quarta-feira foram reportadas 7.108), de acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Saúde e de Assistência Social britânico.
Até ao momento, 460.178 pessoas obtiveram diagnóstico positivo no conjunto da região, que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, anunciou mais restrições na cidade de Liverpool, bem como em Warrington, Middlesbrough e Hartlepool, igualmente no norte de Inglaterra, para tentar reduzir taxas de infeção com o novo coronavírus.
Segundo Hancock, em Liverpool foram registados 268 casos por 100 mil habitantes, pelo que o Governo proibiu a socialização entre pessoas de agregados familiares diferentes em espaços interiores, embora seja possível fazê-lo ao ar livre.
O ministro fez o anúncio hoje na abertura de um debate no parlamento sobre o impacto do encerramento antecipado de bares e restaurantes para as 22:00 (mesma hora em Lisboa) para tentar controlar a pandemia.
Além desta medida, proibiu ajuntamentos de mais de seis pessoas, recomendou o teletrabalho para quem puder e o uso de máscaras na maioria dos espaços públicos interiores e introduziu multas de entre 1.000 libras (1.102 euros) e 10.000 libras (11.020 euros) para quem não ficar em isolamento se tiver sintomas ou receber um teste positivo.
"Tivemos que tomar decisões difíceis, mas necessárias, para suprimir o vírus. A única alternativa para suprimir o vírus é deixá-lo espalhar sem controlo e eu não farei isso. Portanto, embora eu saiba que muitas das regras individuais são difíceis, elas são necessárias e há alguns primeiros sinais de que estão a funcionar", disse aos deputados.
Hancock referia-se a um estudo académico publicado hoje pelo governo concluiu que a prevalência de covid-19 em Inglaterra quadruplicou num mês, mas que a infeção parece estar a desacelerar.
Realizado pelas universidades Imperial College London e Imperial College, o estudo concluiu que entre 18 e 26 de setembro a prevalência de infeções era de 0,55% tendo em conta que 363 dos 84.610 testes realizados foram positivos, significativamente acima dos 0,125% registados em agosto, quando 136 dos 152,909 testes deram positivo.
Porém, o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) em Inglaterra para o período entre 20 de agosto e 26 de setembro caiu para 1,47 em setembro, abaixo do valor de 1,7 estimado em agosto, e os autores indicam que, se forem usados os dados da semana de 18 a 26 de setembro, o Rt ficaria em 1,1.
"Embora os nossos últimos resultados mostrem alguns indícios iniciais de que o crescimento de novos casos pode ter diminuído, sugerindo que os esforços para controlar a infeção estão a funcionar, a prevalência da infeção é a mais alta que registámos até agora", sublinhou o epidemiólogo Paul Elliott.