A equipa de médicos que está a acompanhar o presidente norte-americano, que foi internado esta sexta-feira, no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, após testar positivo ao novo coronavírus, indicou, este sábado, em conferência de imprensa, que Donald Trump não está sujeito a oxigénio e que se encontra "sem febre há 24 horas".
“Estamos extremamente satisfeitos com os progressos que o presidente fez. Há já mais de 24 horas que o presidente não tem febre e a sua última saturação registada era de 96%, não precisou de oxigénio”, explicou o clínico, que evitou fazer prognósticos sobre a evolução do líder da Casa Branca: “Não quero pôr uma data [para ter alta], ele está muito bem, mas até ao décimo dia temos de ter muito cuidado. É difícil dizer em que ponto está na evolução”.
Sean Conley referiu ainda que a primeira dama norte-americana, Melania Trump, que também testou positivo ao novo coronavírus, “está muito bem e não precisa de ser hospitalizada”, ao contrário de Trump, de 74 anos, que foi internado como “medida de precaução”, segundo o médico, que agradeceu a todo o corpo clínico envolvido no apoio ao presidente dos EUA.
De acordo com os médicos, o Chefe de Estado norte-americano "está muito bem-disposto".
Recorde-se que o anúncio de que Donald e Melania Trump estavam infetados foi feito pelo próprio presidente na rede social Twitter.
Durante a madrugada deste sábado, o médico de Trump, Sean Conley, divulgou que o presidente iniciou um tratamento com o medicamento antiviral Remdesivir, que tem vindo a demonstrar encurtar o período de recuperação dos pacientes que sofrem com o novo vírus.
O especialista ainda revelou que os médicos estavam a fornecer ao Presidente um 'cocktail' experimental de anticorpos, composto por, vitamina D, famotidina - que é tipicamente usada para tratar azia e refluxo ácido-, melatonina - auxiliar do sono - e uma aspirina.
O diagnóstico e a consequente hospitalização levaram diversos chefes de Estado e governantes, entre eles Xi Jinping (China), Jair Bolsonaro (Brasil), Kim Jong-Un (Coreia do Norte), Vladimir Putin (Rússia), Angela Merkel (Alemanha) ou Marcelo Rebelo de Sousa, a expressarem os seus desejos de melhoras a Donald Trump.
Entretanto, diversos elementos do Partido Republicano próximos do presidente assumiram estar também infetados com o vírus SARS-CoV-2.
Além do chefe de Estado e da primeira dama, o diretor de campanha, Bill Stepien, a antiga conselheira Kellyanne Conway, a ex-diretora de comunicação e conselheira Hope Hicks e três senadores republicanos já confirmaram ter Covid-19, com a situação a estender-se ainda a três jornalistas acreditados para trabalhar na Casa Branca.
A lista de contágios a partir da administração Trump poderá ainda aumentar nos próximos dias, já que no último sábado dezenas de convidados estiveram junto do presidente por ocasião da nomeação da juíza Amy Coney Barrett para um lugar no Supremo Tribunal. As imagens da cerimónia mostraram a maioria dos convidados sem máscara de proteção e a cumprimentarem-se com apertos de mão e abraços, sem lugar a distância social.
A um mês das eleições presidenciais, agendadas para 03 de novembro, a campanha entra num cenário de incógnita. As viagens de campanha foram canceladas face à hospitalização de Trump e até os debates com o candidato presidencial democrata, Joe Biden, ficaram em dúvida, inclusive o que opõe os candidatos à vice-presidência: o republicano Mike Pence (cujo teste à covid-19 deu negativo) e a democrata Kamala Harris.